Bruno de Carvalho e os restantes seis elementos do Conselho Diretivo do Sporting, suspensos preventivamente, podem marcar presença na Assembleia Geral de sábado “na estrita condição de sócios”, autorizou o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do clube.
Na decisão, com data de quarta-feira, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, Jaime Marta Soares concordou e deferiu o pedido feito pela Comissão de Fiscalização (CF) à MAG do Sporting, para que o Conselho Diretivo pudesse participar na Assembleia Geral de sábado, no Altice Arena, em Lisboa, na qual um dos dois pontos a votação é a sua possível destituição.
“Esta Comissão teve em consideração que o âmbito da Ordem de Trabalhos e o objetivo da Assembleia Geral convocada, ficarão melhor salvaguardados com a presença daqueles, em termos que lhes assegurem o contraditório em igualdade de condições com os demais sócios”, refere o requerimento enviado pela CF à MAG do Sporting.
Assim, a CF, composta por Henrique Monteiro, João Duque, António Paulo Santos, Luís Pinto de Sousa e Rita Garcia Pereira, pediu ao presidente da MAG para que admitisse, “caso os mesmos assim o entendam”, a presença dos elementos do Conselho Diretivo suspenso: Bruno de Carvalho, Carlos Vieira, Rui Caeiro, José Quintela, Luís Roque, Luís Gestas e Alexandre Godinho.
Bruno de Carvalho já reiterou publicamente “estar impedido”, tal como o restante Conselho Diretivo, de marcar presença na Assembleia Geral destitutiva, agendada para 23 de junho, alegando estar suspenso de funções e que os estatutos não permitem a sua presença.
“Estou impedido por esta mesa que eu considero ilegal. Os estatutos não me permitem. Vai ser feito um julgamento em praça pública sem que as pessoas se possam defender. É um golpe, é uma forma de nos afastarem”, afirmou o presidente do clube, em 16 de junho, em entrevista à SIC.
“Não desconhecendo que a suspensão preventiva decretada por esta Comissão pode ser considerada fundamento para se considerar como vedado o acesso aos mesmos à Assembleia Geral de dia 23 de junho de 2018, ou ainda a outra que com idêntica Ordem de Trabalhos, venha a ser convocada, entendeu a mesma, por unanimidade, que, atentas as circunstâncias absolutamente excecionais que estão em causa e tendo presente que tal impossibilitaria o contraditório e o esclarecimento cabal dos sócios, requerer a V.Exa que se digne a admitir a sua presença, na estrita condição de sócios”, sustenta o requerimento da Comissão de Fiscalização enviado a Jaime Marta Soares.
Os sócios do Sporting reúnem-se no sábado para a primeira Assembleia Geral de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente suspenso Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.
Em 13 de junho, a Comissão de Fiscalização, designada pela Mesa de Assembleia Geral do Sporting, anunciou ter suspendido preventivamente o Conselho Diretivo do Sporting, uma decisão com efeitos imediatos, tendo os elementos suspensos 10 dias para responder à nota de culpa.
Na base da decisão da CF, nomeada por Jaime Marta Soares na sequência da demissão do Conselho Fiscal e Disciplinar, esteve uma participação disciplinar contra o Conselho Diretivo, subscrita por 21 associados e apresentada em 4 de junho.
A participação disciplinar denunciava a “prática de gravíssimos ilícitos disciplinares que colocam em causa a própria subsistência da instituição Sporting Clube de Portugal”.
“Após competente avaliação da participação, que requeria a suspensão dos membros em exercício de funções no Conselho Diretivo, entendeu-se não haver necessidade de procedimento prévio e partir para a suspensão imediata e deduzir nota de culpa que seguiu ainda hoje de manhã para os membros que estão em funções”, explicou, na ocasião, Rita Garcia Pereira.
A advogada acrescentou que na base da suspensão está a acusação de “violação dos estatutos”.
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