O que esperar de um encontro entre uma equipa que vinha de uma campanha 'negra' na Liga dos Campeões e outra com o pior registo do campeonato na presente temporada? Um jogo intenso e aberto, claro está. O Benfica mostrou que está vivo na luta pelo título, ao bater o 'lanterna vermelha' Estoril por 3-1, num duelo com muita emoção à mistura, onde nem o videoárbitro faltou. Salvio, Jonas e Krovinovic marcaram para os 'encarnados', Kléber fez o golo de honra dos estorilistas. De referir que com este triunfo, o emblema da Luz iguala Sporting e FC Porto no topo da classificação, ainda que à condição.

Depois de uma despedida sem glória das competições europeias, em que Rui Vitória aproveitou para dar minutos a jogadores menos utilizados, o treinador do Benfica recuperou o onze do clássico com o FC Porto (e da goleada caseira sobre o Vitória de Setúbal) para a receção aos ‘canarinhos’, últimos classificados do campeonato. Foi o regresso de jogadores essenciais como Fejsa, Krovinovic ou Jonas, com Diogo Gonçalves e Lisandro, titulares na terça-feira frente ao Basileia, a nem sequer aparecerem na ficha de jogo.

Já Ivo Vieira operou duas mudanças no ataque relativamente ao último jogo, com o Portimonense: Aylton Boa Morte e Allano nos lugares de Victor Andrade e Aguilar. O Estoril chegava a este duelo à procura de ‘redenção’, depois de 10 jogos consecutivos sem vencer para o campeonato, oito dos quais sem qualquer golo apontado.

Com a possibilidade de igualar, à condição, Sporting e FC Porto, as ‘águias’ entraram, como vem sendo habitual nos jogos em casa, determinadas a chegar rapidamente ao golo. Ao minuto 7, um erro de Moreira, que recebe um passe atrasado, adianta de mais a bola e acaba desarmado por Pizzi. O médio vira-se depois para a baliza, mas de ângulo reduzido atira à malha lateral. Foi o primeiro aviso do tetracampeão.

Face a um visitante extremamente ‘manso’, o Benfica chegaria com naturalidade à vantagem, com Salvio a abrir o marcador na Luz, aos 13 minutos, através de uma transição rápida: cruzamento rasteiro de Cervi, a bola passa por Jonas e ainda desvia em Joel, antes de chegar ao extremo argentino no segundo poste, que só teve de encostar para o fundo das redes.

Apenas cinco minutos depois, surgia o 2-0, pelos pés do homem-golo do Benfica. Numa jogada semelhante à do primeiro golo, Salvio fugiu pela direita e serviu Jonas no coração de área, que encostou para o 16.º tento no campeonato. João Pinheiro recorreu ao videoárbitro para verificar a posição do argentino, que estava mesmo no limite, mas acabou por validar o 2-0.

Os ‘encarnados’ não podiam ter pedido melhor entrada no jogo: quatro oportunidades, dois golos e aproveitamento de um Estoril subido e que tem permitido muito espaço ao adversário. Aos 23’, Cervi abriu para Krovinovic, com o remate do croata a ser intercetado por Fernando Fonseca, afastando o perigo da baliza de Moreira.

Com a equipa da casa a baixar os níveis de intensidade, os homens de Ivo Vieira aproveitaram o seu adiantamento para tentar incomodar Bruno Varela. Assim foi aos 27’: cruzamento de Aylton da direita, com o guardião benfiquista a deitar-se para encaixar, mas a deixar a bola escapar – salvou Luisão; e aos 35’: Lucas Evangelista recebeu um passe da esquerda e rematou com o pé esquerdo em jeito, com Varela a esticar-se para uma grande defesa.

Certo é que a pressão do Estoril deu frutos e coube a Kléber fazer o 2-1, num desvio de cabeça entre os centrais do Benfica, após cruzamento de Lucas Evangelista. Um golo que não só relançava a partida na Luz, mas que também quebrava uma série negra de 765 minutos sem marcar qualquer golo em todas competições. O último tinha sido apontado em setembro, precisamente por Kléber. Antes, Aylton tinha caído na área, após disputa com Fejsa. O árbitro nada assinalou, mas as imagens televisivas deixam a ideia que existe, efetivamente, falta.

A segunda parte começou com um tremendo susto para o Benfica: remate de Lucas Evangelista (a melhor unidade estorilista em campo), em zona frontal, com Bruno Varela a desviar com uma defesa categórica. Estava vivo o encontro na Luz. Respondeu a equipa de Rui Vitória aos 50’: cruzamento de Cervi para Salvio, mas o compatriota argentino, pressionado por um defesa do Estoril, remata ao lado e sem qualquer perigo.

Aos 56', oportunidade de ouro para o Benfica dilatar a vantagem: André Almeida entregou de calcanhar para Pizzi, o médio entrou na área pela direita e cruzou para o segundo poste, mas Cervi, com Moreira já batido, falhou o 'timing' para finalizar. Seria uma questão de tempo até os 'encarnados' voltarem a causar estragos, com Krovinovic a chegar ao 3-1 ao minuto 60, depois de uma bola combinação com Cervi.

O Estoril não baixou os braços e apenas cinco minutos depois, Kléber colocou a bola dentro da baliza de Bruno Varela, aproveitando uma defesa incompleta do guarda-redes português. O lance acabou por ser invalidado por João Pinheiro - noite de muito trabalho para o árbitro de Braga - considerando que o brasileiro teria introduzido a bola com o braço.

Rui Vitória aproveitou o momento para mexer na equipa, lançando Samaris para o lugar de Fejsa (70') e Rafa, que rendeu Salvio (78') - Jiménez ainda substituiria Jonas lá mais para a frente. O marcador, contudo, não voltaria a sofrer alterações. Já na reta final, um cruzamento venenoso de Eduardo podia ter resultado noutro desfecho, mas Varela segurou o esférico. Já depois de um erro de Moreira, a oferecer a bola ao adversário, Lucas Evangelista (90') teve a bola à mercê, na entrada da área do Benfica, mas acabou por atirar ao lado.

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