O FC Porto já enviou à CMVM o Relatório e Contas referentes ao primeiro semestre da temporada 2020/21. A SAD azul e branca apresentou um resultado líquido de 34 milhões de euros, números que atestam a recuperação financeira da sociedade. Essa recuperação foi possível graças aos 43 milhões de euros das mais-valias realizadas nas transferências de jogadores, num indicador que engloba custos e proveitos resultantes das transferências de direitos desportivos de jogador, incluindo mecanismos de solidariedade pela formação de atletas.
O FC Porto adianta ainda que espera sair do Fair-play financeiro da UEFA no dia 30 de junho de 2021.
O clube assinala o regresso dos resultados positivo mesmo em ano de pandemia, que manteve os estádios fechados desde março de 2020. Na época 2018/2019, o FC Porto arrecadou 9,6 milhões de euros só em bilheteira. Não ter público no Dragão custou, 12 milhões de euros ao FC Porto no último semestre, explicou Fernando Gomes, um dos administradores da SAD azul e branca.
Os resultados positivos também se explicam pelos 45 milhões de euros arrecadados pelas mais-valias realizadas nas transferências de jogadores e pelos quase 56 milhões de euros relativos à prestação na Liga dos Campeões, valor que se explica também pela contribuição devida pelo nono lugar conseguido no ‘ranking’ a 10 anos da UEFA, que ascende a 26,6 milhões.
Nesses últimos valores não entram os 9,5 milhões recebidos pelo apuramento para os oitavos de final da prova (entram nas próximas contas).
Embora se mantenha a interdição dos estádios ao público, devido à pandemia de covid-19, e a consequente inexistência de receitas de bilheteira, os proveitos operacionais, excluindo passes de jogadores, aumentaram significativamente, atingindo agora os 94,777 ME.
Os direitos de transmissão televisiva também foram reforçados, passando de 18,1 para 22,5 ME, e as rubricas relacionadas com passes de jogadores também tiveram um contributo bastante positivo, na ordem dos 28,185 ME, para as contas da sociedade portista.
Transferências: vendas
Se esta tem sido “tradicionalmente uma rubrica preponderante nas demonstrações financeiras do grupo”, este ano há dois negócios que saltam à vista como tendo sido marcantes: a venda de Fábio Silva para o Wolverhampton e de Alex Telles para o Manchester United.
Segundo o documento, estes dois negócios contribuíram “essencialmente” para o valor total, com Fábio Silva, que tinha sido vendido por 40 milhões de euros como anunciado, a render “uma mais-valia de 25 milhões, após a dedução do valor global de 14,9 milhões” para “custos com serviços de intermediação” e outras rubricas contabilísticas.
O mesmo se passa com Alex Telles, que rendeu 11,2 milhões aos cofres dos ‘dragões’ (foi vendido por 15 ME), depois de subtraídos os custos operacionais, com as transferências a englobarem, a par dos prémios desportivos pela participação em competições europeias, a principal fatia das receitas.
O FC Porto comunicou que fechou o primeiro semestre da época de 2020/21 com lucros de 34,450 milhões de euros, “apesar do impacto adverso da pandemia”, que compara com os prejuízos de 51,854 ME do período homólogo em 2019.
Fábio Silva: Alienação dos direitos de inscrição desportiva do jogador Fábio Silva ao Wolverhampton Wanderers Football Club que gerou uma mais-valia de 25.057.457 Euros, após a dedução do valor global de 14.942.543 Euros relativo a: (i) custos com serviços de intermediação (ii) valor líquido contabilístico do passe à data da alienação (iii) efeito de atualização financeira das contas a receber a médio prazo originadas por esta transação;
Alex Telles: Alienação dos direitos de inscrição desportiva do jogador Alex Telles ao Manchester United Football Club que gerou uma mais-valia de 11.199.820 Euros, após a dedução do valor global de 3.800.180 Euros relativo a: (i) valor líquido contabilístico do passe à data da alienação; (ii) responsabilidades com o mecanismo de solidariedade; (iii) proporção do valor de venda do passe detidas por terceiros em vendas futuras;
Ainda nas vendas, o clube conseguiu outras mais valias: Chidozie (Boavista Futebol Clube), Soares (Tianjin Teda) e Osório (Parma) geraram uma mais-valia de 3.538.512, 3.460.040 e 1.003.618 Euros, respetivamente.
Transferências: compras
Para a época 2020/21, o FC Porto investiu 23,7 de euros em reforços, valor que sobe para 26,6 milhões de euros com os 2,9 milhões em encargos adicionais (serviços de intermediação, serviços legais, prémios de assinatura).
O clube revela que pagou 8,8 milhões de euros por 80 por cento do passe do avançado Evanilson, que jogava no Fluminense. O lateral esquerdo Zaidu ex-Santa Clara, custou quatro milhões de euros por 75 por centro do passe.
Os dragões pagaram ainda 4,7 milhões de euros por 85 por cento do passe do avançado Mehdi Taremi, ex-Rio Ave, e 3,2 milhões de euros por 75 por cento do passe de Toni Martinez, avançado espanhol, ex-Famalicão.
Pinto da Costa critica Governo
O presidente do clube, Pinto da Costa, escreve numa mensagem a abrir o relatório que os valores financeiros atingidos pelo grupo portista “só não são ainda mais favoráveis por causa de uma sequência de decisões incompreensíveis das autoridades nacionais” quanto à gestão pandémica.
O dirigente criticou a realização de eventos à porta fechada nos últimos seis meses de 2020, quando outros eventos se realizavam, porque o futebol, diz, “foi sempre uma exceção e foi votado ao desprezo”, mas salientou a conquista da I Liga, Taça de Portugal e Supertaça, e ainda a determinação em ultrapassar as restrições devidas pelas regras do ‘fair play’ financeiro da UEFA.
No lado negativo, uma quebra nos “proveitos advindos da publicidade e sponsorização” na ordem dos 36%, atribuindo o grupo este resultado à pandemia, que causou, estimam, uma perda de mais de oito milhões de euros em bilheteira, comparando com o período homólogo de 2019.
Os resultados, acrescenta ainda o documento, permitem “alguma confiança quanto à capacidade de a SAD atingir um resultado positivo no final da época”, num período em que os custos operacionais, excluindo a compra de jogadores, subiu ligeiramente, sobretudo devido ao pagamento de prémios.
A SAD do FC Porto destaca ainda que “o ativo, que se situa nos 380,339 ME em 31 de dezembro de 2020, registou um aumento global de 79,699 ME face a 30 de junho, principalmente devido ao acréscimo dos valores a receber de clientes e do montante que a Sociedade tinha em caixa”.
Por outro lado, o passivo aumentou em 45,5 milhões de euros, para atingir um valor perto dos 500 milhões no total: 497.339 ME, após uma subida relativa “essencialmente devido ao crescimento do valor global dos empréstimos do grupo”.
Pinto da Costa escreve numa mensagem a abrir o Relatório e Contas do primeiro semestre da época 2020/21 que os valores financeiros atingidos pelo grupo portista “só não são ainda mais favoráveis por causa de uma sequência de decisões incompreensíveis das autoridades nacionais” quanto à gestão pandémica.
O dirigente criticou a realização de eventos à porta fechada nos últimos seis meses de 2020, quando outros eventos se realizavam, porque o futebol, diz, “foi sempre uma exceção e foi votado ao desprezo”, mas salientou a conquista da I Liga, Taça de Portugal e Supertaça, e ainda a determinação em ultrapassar as restrições devidas pelas regras do ‘fair play’ financeiro da UEFA.
No lado negativo, uma quebra nos “proveitos advindos da publicidade e sponsorização” na ordem dos 36%, atribuindo o grupo este resultado à pandemia, que causou, estimam, uma perda de mais de oito milhões de euros em bilheteira, comparando com o período homólogo de 2019.
Os resultados, acrescenta ainda o documento, permitem “alguma confiança quanto à capacidade de a SAD atingir um resultado positivo no final da época”, num período em que os custos operacionais, excluindo a compra de jogadores, subiu ligeiramente, sobretudo devido ao pagamento de prémios.
A SAD do FC Porto destaca ainda que “o ativo, que se situa nos 380,339 ME em 31 de dezembro de 2020, registou um aumento global de 79,699 ME face a 30 de junho, principalmente devido ao acréscimo dos valores a receber de clientes e do montante que a Sociedade tinha em caixa”.
Por outro lado, o passivo aumentou em 45,5 milhões de euros, para atingir um valor perto dos 500 milhões no total: 497.339 ME, após uma subida relativa “essencialmente devido ao crescimento do valor global dos empréstimos do grupo”.
*Artigo atualizado às 21h25
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