Dez anos depois, Nuno Gomes está de volta ao estrangeiro. O ex-avançado do Braga assinou um contrato de dois anos com os ingleses do Blackburn Rovers, onde vai lutar pela subida à Premier League. Um desafio diferente, mas para o qual parte como se fosse a sua «estreia». Em entrevista ao SAPO Desporto, Nuno Gomes reitera a sua vontade de continuar a jogar enquanto se sentir em condições físicas.
Completa amanhã 36 anos. Este contrato com o Blackburn Rovers era “a prenda” que aguardava?
Por acaso não pensei nesse sentido, mas sim… Poderá ser [uma prenda]. Fico feliz por ter recebido esta proposta e aceitei. Vai ser um desafio bom para mim, num futebol que é muito apaixonante.
Era um sonho poder jogar na Liga inglesa?
Sim, ao longo da minha carreira sempre tive alguns convites para jogar em Inglaterra, mas por um motivo ou outro não se concretizou. Vou poder jogar agora e estou contente por ter assinado pelo Blackburn.
O Blackburn Rovers acabou por descer ao Championship [II Liga inglesa] na última época. Não é um passo atrás na carreira?
Não pensei nesse prisma. O Blackburn não deixa de ser uma excelente equipa por ter descido de divisão. Estiveram sempre durante todos estes anos na Premier League e tiveram a infelicidade de descer na última jornada. Agora querem voltar já na próxima temporada e por isso decidi aceitar o convite.
Acabou por assinar por dois anos, algo que nem Benfica nem Braga fizeram consigo anteriormente. Que explicação encontra para essa situação?
Creio que, em primeiro lugar, foi a vontade de conseguir já no primeiro ano a subida de divisão e depois o clube dar-me a possibilidade no segundo ano de jogar naquela que é uma das maiores ligas do Mundo. Eu também gostava de experimentar e por isso o objetivo passa por subir.
Volta ao estrangeiro dez anos depois da passagem pela Fiorentina. É um passo mais difícil de dar aos 36 anos?
É verdade… Depois de tantos anos vou voltar a sair para outro campeonato. No entanto, sinto-me como se quase fosse a minha estreia no estrangeiro. Falei com alguns amigos que jogam aqui e todos foram unânimes em dizer para vir para Inglaterra.
Chegou a pensar em terminar a carreira durante este último mês?
Não, nunca pensei terminar a carreira. Isso surgiu por um erro de interpretação numa entrevista a um órgão francês.
Aos 36 anos, o que o leva a continuar a carreira por mais dois anos?
É a vontade que ainda tenho de jogar à bola e por enquanto me sentir bem e com capacidades. O futebol é a minha vida e se tenho oportunidade de jogar, não vejo por que não continuar.
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