A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol e o Sindicato dos Jogadores estão preocupados com a forma como as redes sociais estão s er usados por falsos agentes que aliciam jovens jogadores com falsas promessas.
O Sindicato Mundial recebeu algumas reclamações de jogadores e de pais sobre Martin Kois, um eslovaco que está a aliciar jovens nas redes sociais. O falso agente promete testes aos jogadores no Parma, da Seria A italiana, em troca de mil euros. Depois de receber o dinheiro, desaparece de cena, conta o jornal 'O Jogo', sem cumprir com o acordado. Theo van Seggelen, secretário-geral da FIFPro, alerta, no entanto, que Martin Kois não é caso único.
"Infelizmente, somos regularmente contactados por futebolistas profissionais que pagaram aos chamados intermediários por períodos à experiência ou contratos que nunca aconteceram. Aconselhamos todos os jogadores e pais a contactarem o seu sindicato local se duvidarem de uma oferta feita por um intermediário", recomendou o dirigente.
Esta situação foi aproveitada por Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, para alertar para um fenómeno em crescimento em Portugal: a imigração ilegal de jovens futebolistas, oriundos de África e da América do Sul.
"Há sinais de alerta em Portugal, com vários jogadores oriundos de África e da América do Sul a virem para o nosso país, mas em situação irregular. O 'modus operandi' é o mesmo que a FIFPro denuncia. Os agentes aproveitam-se da situação vulnerável dos jovens e dos pais, que alimentam o sonho de jogar na Europa, para conseguirem os seus intentos. Apelamos a todos os jogadores que se aconselhem junto do Sindicato, e a todos os agentes desportivos que têm conhecimento destas práticas que as denunciem", avisou.
Recentemente a Federação Portuguesa apresentou um conjunto de regras a aplicar aos clubes para restringir ainda mais a entrada de jogadores ilegais nos campeonatos não profissionais. O organismo liderado por Fernando Gomes alterou a legislação, ao acabar com as inscrições provisórias de atletas estrangeiros. Agora os clubes são obrigados a provar, com documentos, que os atletas entraram de forma legal em Portugal, caso contrário, a inscrição não será aceite.
Os clubes também têm de comunicar os jogadores que têm à experiência e têm um prazo de 48 horas para o fazer. Também ficam obrigados a anunciar os jogadores que aí treinam sem inscrição em vigor, com a inscrição do período presumível da sua permanência e data de regresso ao país de origem.
O organismo alterou também o regulamento disciplinar dos campeonatos não profissionais, com penas mais pesadas para agentes e clubes que promovem a imigração ilegal. Em caso de violação das novas regras, os agentes incorrem numa suspensão entre seis meses a dois anos, e multa de 1530 a 3060 euros. Os agentes e intermediários que abandonarem um jogador em situação ilegal ficam impossibilitados de exercerem a atividade, num período entre uma a três épocas e multa entre 1020 a 2020 euros.
Os clubes que acomodam nas suas instalações jogadores em situação ilegal, em condições desumanas ou degradantes ou que não cumpra os deveres de contratação e pagamento de acomodação, alimentação, despesas de saúde ou viagem de regresso a que se tenham obrigado, terão de pagar uma multa entre 2040 a 7650 euros. O não envio à FPF da lista de atletas sem inscrição ou faltar a verdade na comunicação feita, dará direito a multa entre 2040 a 4590 euros.
A Federação Portuguesa de Futebol criou uma plataforma (https://integridade.fpf.pt/) que está adaptada para casos de imigração ilegal e tráfico humano no futebol e onde poderão ser comunicadas as denúncias. As mesmas serão depois reencaminhadas pela FPF para as autoridades judiciárias e policiais competentes para investigação.
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