Jorge Silas concedeu a primeira grande entrevista, desde que deixou o Sporting. O técnico comandou a equipa principal dos 'leões' durante 158 dias mas acabou por ser despedido para dar lugar a Rúben Amorim. A eliminação na Liga Europa fez o técnico acreditar que não teria sucesso no clube: os 'leões' sofreram cinco golos de bola parada frente aos turcos do Basaksehir, nos 16 avos de final da prova.
"Fizemos quatro golos e sofremos cinco de bola parada nessa eliminatória. A bola parada tem muito de concentração e de foco. Aí sentimos que os jogadores já não estavam focados [...]. A frustração da derrota levou-me logo a falar com o Hugo Viana. Ele disse-me e com toda a razão: 'Silas, vamos dormir sobre o assunto porque a seguir às derrotas as decisões que se tomam quase nunca são boas'. Foi isso que fizemos, mas depois de descansarmos continuei a sentir o mesmo. Não estávamos a ser a solução e eu achava que o Sporting devia ter a oportunidade de contratar alguém a pensar no futuro", contou o técnico, em entrevista à edição deste sábado do jornal ABola.
Na mesma entrevista, o técnico lamentou não ter conseguido implementar o estilo de jogo que o caracterizou no Belenenses SAD e que tinha pensado para o Sporting.
"Muito dificilmente eu conseguia trabalhar aquilo que queria, com a densidade de jogos e não tendo uma pré-época. Quando tínhamos mais tempo para trabalhar perdíamos mais de metade da equipa, pois eles são bons e iam para as respetivas seleções. Sem ter uma pré-temporada e tempo para trabalhar é difícil colocar uma equipa a jogar como nós queremos", começou por explicar.
"O Sporting nunca jogou da maneira que eu queria jogar e que sinto que poderíamos jogar. Era um contexto muito diferente do que existe agora. Tinha vários jogadores que jogam muito no limite do risco. Ter um ou dois às vezes é bom, mas ter quatro ou cinco torna as coisas mais complicadas pois torna-se uma equipa com muita pressa. Este Sporting tinha muita pressa", lamentou.
Na mesma entrevista, Silas disse ter muitas "opiniões e ideias muito diferentes" das de Frederico Varandas e Hugo Viana sobre "muitos temas do Sporting", mas garante que os dois dirigentes do clube são "pessoas muito bem intencionadas", sempre na procura do melhor para o Sporting.
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