O treinador Ricardo Sá Pinto rejeitou hoje que o ‘aflito’ Moreirense tenha a obrigação de se impor no encontro com o campeão nacional Sporting, na segunda-feira, na conclusão da 26.ª jornada da I Liga de futebol.
“Da nossa parte, é apelar ao compromisso. Não temos responsabilidade nem pressão de vencer este jogo. Temos a necessidade de somar pontos, mas, face à valia do oponente, sabemos que a pressão do resultado está do lado do Sporting. Vamos acreditar que poderemos pontuar e trabalharemos nesse sentido”, avaliou o técnico, em conferência de imprensa.
Sem vencerem há quatro rondas, os minhotos recebem um adversário moralizado pelo ‘nulo’ (0-0) no terreno dos ingleses do Manchester City, na despedida da Liga dos Campeões, mas que cedeu três empates nas últimas quatro temporadas em Moreira de Cónegos.
“Será um jogo muito difícil para nós, mas também para o Sporting. Já mostrámos, contra grandes equipas, que somos competitivos e difíceis de superar. Espero que estejamos ao mesmo nível. Temos obrigação de dar o máximo das nossas capacidades. Estamos preparados para que o Sporting entre forte, mas temos de levar o jogo até ao fim, sem deixar que o adversário sinta que o encontro está controlado desde o início”, advertiu.
Para contrapor um Sporting “que não tem pontos fracos, está num bom momento e tem muitas soluções”, Ricardo Sá Pinto pede ao Moreirense “grande querer, organização e compromisso”, tal como na derrota caseira com o líder FC Porto (0-1), da 23.ª jornada.
“Queríamos ter o controlo do jogo, mas sabemos que vai ser difícil. Sabemos que eles terão mais posse. É algo que temos de aceitar com humildade, mas não com medo, olhando para as oportunidades que podemos ter para desequilibrá-los e fazer golos. O adversário pode ter um dia fantástico, bom ou mau e, perante isso, há que saber jogar este jogo e estar muito focados e atentos naquilo que podemos aproveitar”, observou.
Com os regressos de Paulinho e Fábio Pacheco, que cumpriram castigo no desaire na receção ao Marítimo (0-1), os minhotos têm o plantel na máxima força, numa altura em que sofrem golos há oito jogos e “estão a ser muito penalizados pela desconcentração”.
“Esses pequenos grandes detalhes atiram-nos animicamente para baixo e desacreditam um ou outro jogador numa ou noutra situação. O futebol é feito de sofrer e fazer golos, mas, durante o jogo, a postura tem de ser a mesma. Há valores incontornáveis e até comportamentos que têm feito do Moreirense há anos um clube de I Liga”, lembrou.
Ricardo Sá Pinto vai reencontrar o Sporting, clube no qual, além de diretor desportivo e treinador, foi jogador, tendo conquistado seis títulos, entre os quais um campeonato (2001/02), para se assumir como “uma figura incontornável e um símbolo marcante”.
“Se algo me fez vencer naquele clube foi a minha postura, vontade e dedicação, algo que me acompanha sempre. Seremos adversários durante 90 minutos, mas não podemos vencer os dois. É como se estivesse alguém da minha família do outro lado. Agora, a determinação para ajudar o Moreirense a vencer será a mesma que tenho tido”, frisou.
O Moreirense, 17.º e penúltimo colocado, com 20 pontos, mede forças com o campeão nacional Sporting, segundo, com 61, na segunda-feira, às 20:15, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, no duelo de encerramento da 26.ª ronda da I Liga, com arbitragem de João Pinheiro, da Associação de Futebol de Braga.
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