A Rádio Renascença avança esta quarta-feira à noite que as autoridades russas enviaram uma carta rogatória à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o hacker Rui Pinto.
O mesmo orgão esclarece que as autoridades da Rússia estão a investigar o alegado envolvimento de Rui Pinto em um ou mais casos.
De esclarecer que uma carta rogatória é um instrumento jurídico de cooperação entre dois países, que consiste num pedido de auxílio de um país a outro para facilitar uma determinada investigação.
Recorde-se que na sexta-feira foi aplicado ao hacker a medida de coação mais gravosa prevista na lei, prisão preventiva, por se considerar existir o perigo concreto de continuação de atividade criminosa, perturbação do inquérito e perigo de fuga.
Rui Pinto, 30 anos, que foi detido na Hungria e chegou a Portugal na quinta-feira, com base num mandado de detenção europeu, foi indiciado pela prática de quatro crimes: acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada.
Na base do mandado estão acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de futebolistas do clube lisboeta e do então treinador Jorge Jesus, além de outros contratos celebrados entre a Doyen e vários clubes de futebol.
O colaborador do 'Football Leaks' terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
No período em que esteve detido na Hungria, Rui Pinto assumiu ser uma das fontes do 'Football Leaks', plataforma digital que tem denunciado casos de corrupção e fraude fiscal no universo do futebol, no âmbito dos quais estava a colaborar com autoridades de outros países, nomeadamente, França e Bélgica.
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