O diretor executivo da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Rui Caeiro, apontou hoje a competitividade entre os clubes e o talento dos jogadores como fiadores da valorização dos direitos audiovisuais da I Liga, no processo de centralização.
“Temos um futebol competitivo, que é um futebol que tem um papel competitivo. Temos um futebol que interessa, quer internamente, quer também externamente”, começou por dizer o dirigente, em entrevista à agência Lusa.
Rui Caeiro admitiu a necessidade de “trabalhar” a marca da I Liga, “construir um melhor produto” e internacionalizá-lo: “É isso que estamos a fazer e é para isso também que trabalhamos diariamente com os nossos clubes, com os nossos associados, para construir o melhor futebol”.
“A I Liga cria talento. A I Liga exporta talento. E estamos certos que é neste caminho, que vamos conseguir esse interesse internacional que diz que momentaneamente pode ter faltado em uma ou outra geografia. Mas acreditamos que temos ainda aqui uma grande energia potencial que queremos transformar numa energia cinética que permita este desenvolvimento ainda maior do futebol português”, realçou.
Considerando a avaliação em cerca de 300 milhões de euros dos direitos audiovisuais centralizados por cada ano, o diretor executivo da LPFP apontou este montante como um objetivo.
“Nesse aspeto, é uma boa notícia para o futebol português. Há muitos interesses. Há muito trabalho ainda para fazer. Estamos a trabalhar de forma afincada precisamente nessa construção de valor e acreditamos que os direitos audiovisuais têm um potencial enorme de crescimento, quer internacionalmente quer também nacionalmente. E foi o próprio mercado que nos deu essa confirmação e que nos deu essa segurança. Vamos continuar a trabalhar precisamente para atingir esses objetivos”, sublinhou.
Sem abordar modelos de negócio, Rui Caeiro considerou possível atingir este montante, cuja distribuição, ainda por definir, poderá passar por uma repartição igualitária de metade do ‘bolo’, ficando o restante dependente das variáveis do desempenho desportivo, da implantação social ou das audiências televisivas.
“Em primeiro lugar, um ponto prévio, tenho a certeza que a centralização será um fator de competitividade do futebol português e de crescimento do futebol português. Nesse aspeto parece-me indesmentível (...). Depois, essa repartição 50-25-25, é a repartição que, se olharmos para aquilo que são as realidades europeias, se aplica na maior parte das situações, com ligeiras idiossincrasias relacionadas com a realidade específica de cada uma das geografias. Mas esse modelo de distribuição é também aquele que garante que noutras geografias haja maior equilíbrio, maior sustentabilidade e maior equidade entre a distribuição das verbas”, disse, admitindo a sua aplicação em Portugal.
De acordo com o responsável da LPFP, este modelo de redistribuição é “consensual do ponto de vista internacional”, mesmo que, a nível nacional, haja algumas posições públicas menos concordantes, como no caso do administrador da SAD do Benfica Luís Mendes, que Rui Caeiro se escusou a comentar.
“Estamos a trabalhar com os clubes de forma afincada, desde que foi definido o decreto-lei em 2021, para garantir que estes prazos são concretizados. Temo-lo feito, temos sentido, de parte de todas as sociedades desportivas e dos nossos associados, grande empenho na concretização destes desígnios”, frisou.
Inclusivamente, Rui Caeiro recordou a presença ‘encarnada’ no Conselho de Administração da Liga Centralização: “Estão presentes várias tipologias de clubes, tendo em conta quer os seus volumes de direitos audiovisuais, quer outras realidades, e todos eles, de forma empenhada, têm-se comprometido e têm trabalhado em conjunto neste projeto”.
“Tenho a certeza que o objetivo final, que é o do crescimento do futebol profissional português como um todo, o crescimento do talento português, é um objetivo e um desígnio que é comum a todos”, concluiu.
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