Roger Schmidt fez a antevisão do jogo com o Casa Pia, referente à 26.ª jornada da I Liga.
A conferência foi sobretudo marcada pela polémica entrevista de Kokçu e pela gestão emocional do plantel encarnado. O técnico alemão desvalorizou a aparente falta de ligação com os adeptos e lembrou que os momentos menos bons dos jogadores e das equipas fazem parte do futebol, sobretudo em clubes da dimensão do Benfica.
Regresso ao campeonato para defrontar o Casa Pia
"Poucos dias contra o Rangers, infelizmente. O calendário continua muito apertado. Acho que é o 13.º jogo consecutivo com pouco descanso. A equipa tem jogado bem, particularmente nos últimos dois jogos. O nosso objetivo é manter o foco nos três pontos. Sabemos que o Casa Pia, nomeadamente nos últimos quatro jogos, é uma equipa estável. Podemos observar que têm oportunidades para marcar golos. É equipa disciplinada, compactada e sabe esperar pelo momento certo para marcar. Quando temos muitos jogos é sempre um grande desafio. Na quinta-feira mostrámos a nossa ambição na Liga Europa e isso traz-nos muita confiança. Amanhã queremos mostrar a nossa ambição na Liga portuguesa e depois vamos parar para as seleções."
Entrevista de Kokçu
"Em primeiro lugar, sim, já falaram comigo sobre a entrevista, mas ainda não tive oportunidade de ler. Depois desta conferência, tenciono fazê-lo. Mas, obviamente, vou ter de falar com o jogador. Neste momento preciso de obter informações. Quero falar com ele e depois tomarei as minhas decisões."
O Marselha, adversário dos quartos na Liga Europa
"Já não existem adversários fáceis nestas competições. O Marselha é um clube muito bom, com muita experiência no futebol internacional. Já tivemos essa experiência com o Toulouse, sabemos que as equipas francesas têm muita qualidade. Sei que não é fácil jogar no estádio deles. A 1.ª mão vai ser na Luz e precisamos de fazer um bom jogo, mas estamos confiantes. Esse é o nosso objetivo, seguir para a próxima ronda. Queremos ser a melhor equipa e continuar em prova. Não vai ser fácil, mas esperamos fazê-lo. Vão ser jogos importantes. Contra o Toulouse e contra o Rangers, os resultados falam por si. Contra o Inter também demonstrámos a nossa qualidade. O nível que atingimos na quinta-feira como equipa dá-nos muita confiança e claro que estamos ansiosos por esses jogos".
Calendário apertado em abril
"Sim, se não tivéssemos essa capacidade, não poderíamos continuar nas três competições. Temos três oportunidades para conquistarmos títulos e isso demonstra a capacidade do plantel. Temos de continuar com mais jogos. Claro que isso é exigente, mas tem um efeito positivo para todos os jogadores, é especial fazer jogos a nível internacional, particularmente. Isso dá-nos motivação e também nos dá um bom ritmo competitivo, acho que é algo bastante positivo. Também é bom jogarmos contra o Sporting antes dos jogos com o Marselha, vai ser um jogo muito importante para ambas as equipas. Agora temos algum descanso e nas próximas semanas os jogadores vão às seleções. Na época passada estivemos bem no campeonato e quando observo a equipa a jogar agora, acho que está muito bem fisicamente".
Vários casos esta época. Sente que situações como a do Kokçu podem criar alguma desunião no grupo?
"Não, isso é algo completamente normal. Somos uma equipa profissional, a época é longa e temos vários jogos a disputar. É algo perfeitamente normal, faz parte do futebol orientar os jogadores da melhor maneira e falar com eles sobre os problemas, que têm de ser resolvidos. Estou muito satisfeito com a personalidade da nossa equipa e, na época passada, também atingimos um nível elevadíssimo. Estou muito feliz por orientar esta equipa. Gosto do ambiente e claro que os problemas têm de ser resolvidos quando aparecem. Tenho de ler a entrevista de Kokçu, mas tem jogado bem. Claro que teve algumas dificuldades, chegou a estar lesionado. A primeira época nunca é tão fácil como esperamos, são coisas que fazem parte. De forma geral, acho que temos uma equipa com muita personalidade e o espírito de equipa é muito bom".
Falta de ligação entre Schmidt e adeptos do Benfica?
"Não consigo estar atento a tudo e não quero fazê-lo. Já o disse há algumas semanas. Quando treinamos o Benfica, as críticas existem. É quase impossível não acontecer. O que reconheço é que também existe muito apoio à nossa equipa e eu faço parte da equipa do Benfica. Não sou importante, o importante é o Benfica. Eu tento estar completamente concentrado na equipa. Quero ganhar títulos e sei que quando o fazemos, os adeptos ficam satisfeitos. Claro que, a perder, há sempre críticas. Conheço bem o negócio do futebol e sei que, para a comunicação social, há um maior foco no Benfica quando não estamos tão bem. Mas para mim isso não é tão importante.
Considero que estou noutra situação, estou a preparar a minha equipa para que possa ganhar jogos. Em momentos mais difíceis, o meu foco está no relvado. Não consigo resolver problemas em entrevistas ou noutros contextos, os problemas têm de ser resolvidos em campos.
Tenho uma visão muito clara sobre esse tema, não sou afetado pelas críticas porque também sinto muito apoio dos adeptos. Se queremos vencer títulos, precisamos desse apoio, temos de ser uma boa equipa. Acho que não é bom estarmos focados neste assunto, em coisas negativas. Não podemos fingir que todos estão contra o Benfica, mas quem tem um espírito negativo, quase sempre faz mais ruído. Isto faz parte do futebol e da sociedade. Isso não me afeta".
O Benfica visita o Casa Pia no domingo, em partida da 26.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol com início previsto para as 18:00, no Estádio Municipal de Rio Maior, e arbitragem de Cláudio Pereira, da Associação de Futebol de Aveiro.
A equipa orientada por Roger Schmidt segue em segundo lugar no campeonato, a um ponto do Sporting, que tem menos um jogo disputado e só entra em campo na presente jornada após o jogo dos ‘encarnados’, com a receção ao Boavista.
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