A acusação de Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves no caso dos 'emails' é o mais recente desenvolvimento de um dos casos de justiça onde está envolvido o SL Benfica. Alguns deles já tiveram o seu desfecho, outros conheceram alguns desenvolvimentos nos últimos anos.
Viciação de jogos
A Polícia Judiciário e o Ministério Público encontram-se a investigar um alegado aliciamento de jogadores do Marítimo por parte de um elemento do Benfica, no embate entre as duas equipas, na 33.ª jornada do campeonato de 2015/16. Dois jogadores do clube maritimistas, sob forma de anonimato, lançaram as suspeitas.
Em fevereiro deste ano, o empresário César Boaventura foi a três anos e quatro meses de prisão, com pena suspensa, por três crimes de corrupção ativa no desporto. Para além disso, Boaventura foi obrigado a doar 30 mil euros a uma instituição de solidariedade social ou de promoção do desporto, ficando também impedido de praticar a atividade profissional de agente desportivo durante dois anos.
Apesar de não ter sido provada a ligação com o Benfica, o juiz responsável pelo caso referiu no acórdão que ficou provada a proximidade entre César Boaventura e Luís Filipe Vieira.
'Caso dos Emails'
Ministério Público acusou a SAD do Benfica e Paulo Gonçalves de vários crimes no âmbito do processo e-toupeira, incluindo corrupção, favorecimento pessoal, peculato e falsidade informática.
O caso teve origem em denúncias feitas por Francisco J. Marques. No dia 6 de julho de 2017, o diretor de comunicação do FC Porto denunciou no programa ‘Universo Porto da Bancada’, do Porto Canal, emails que terão sido trocados entre Adão Mendes, antigo árbitro da Associação de Futebol de Braga, e Pedro Guerra, na altura diretor de conteúdos da Benfica TV, salientando que os mesmos configuram um "esquema de corrupção [na arbitragem] para beneficiar o Benfica".
Pedro Guerra admitiu por admitir a existência dos emails, no programa da TVI Prolongamento, mas disse que não se lembrava dos seus conteúdos.
Luís Filipe Vieira também comentou o caso na Assembleia-Geral do Clube "Em relação aos e-mails, desculpem falar à português, tanta m...n e zero. Não temos medo de ninguém. Nunca comprámos um filho da p... de um resultado".
Contudo, no dia 15 de outubro de 2024, o Ministério Público acusou o antigo presidente do Benfica, assim como o assessor Paulo Gonçalves, e a antiga SAD do Vitória FC. Todos foram formalmente acusados de alegados crimes de corrupção ativa, participação económica em negócio e fraude fiscal ocorridos entre 2016 e 2019.
Apesar de fazerem parte da SAD das águias na altura, Rui Costa (atual presidente), José Eduardo Moniz e Nuno Gaioso, acabaram por ser ilibados.
Neste âmbito, Francisco J. Marques foi condenado a um ano e dez meses de prisão, com pena suspensa, por violação de correspondência agravada ou telecomunicações e por ofensa a pessoa coletiva. Diogo Faria, diretor de conteúdos do Porto Canal, foi condenado a nove meses de prisão, também com pena suspensa, por violação de correspondência ou telecomunicações. Já Júlio Magalhães (ex-diretor do Porto Canal), acabou por ser absolvido do caso.
Caso e-Toupeira
Em abril deste ano o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou as condenações de Paulo Gonçalves , antigo assessor jurídico do Benfica e do funcionário judicial José Augusto Silva.
Paulo Gonçalves foi condenado a dois anos e seis meses de prisão, com pena suspensa, por corrupção activa, enquanto que José Silva sofreu uma pena de cinco anos pelo mesmo crime.
Operação Lex
Esta investigação do Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e da Policia Judiciária.
Num processo que envolve o juíz desembargador Rui Rangel e Luís Filipe Vieira estão em causa alegados crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagens, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.
A conversa divulgada pela revista "Sábado" adianta uma conversa entre Rangel e Vieira, que que em troca de um intervenção num litígio fiscal de Vieira no valor de 1,6 milhões de euros, Rangel seria agraciado com um cargo na direção da escola e Universidade do convidado e seria convidado das deslocações do clube encarnado ao estrangeiro.
Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, está acusado de recebimento indevido de vantagem, tal como Fernando Tavares, vice-presidente do clube e Jorge Barroso, advogado e assessor do presidente. Em causa, o facto de ter tentado obter informação privilegiada de um processo fiscal que envolvia a empresa do filho.
O julgamento deste caso ainda não iniciou, devido a um recurso interposto por dois arguidos, cujo efeito suspensivo deve deixar este caso parado até, pelo menos, final deste ano.
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