A proposta de alargamento da I Liga, aprovada hoje em Assembleia Geral da Liga de Clubes, prevê que o campeonato seja disputado por 18 clubes mesmo que o Boavista não se possa inscrever.
Esta decisão foi confirmada pelo presidente da Liga, Mário Figueiredo - cuja Comissão Executiva foi a autora da proposta - no final da reunião magna que aprovou o documento, que agora terá de ser ratificada pela direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Segundo o ponto 4 da 6.ª disposição transitória (Preenchimento de vagas da I Liga), se a candidatura do Boavista não for concretizada, ou for rejeitada, será aplicado o ponto 5 da 7.ª disposição transitória dos aditamentos hoje aprovados, «com as devidas adaptações».
Ou seja, a proposta entende como capaz de preencher a eventual vaga dos “axadrezados” o segundo melhor classificado da “liguinha”, ou seguintes, todos obrigados aos mesmos pressupostos de inscrição, confirmou Mário Figueiredo.
Porém, nem todos os clubes favoráveis à reintegração do Boavista estão de acordo com o alargamento sem os “axadrezados”, nomeadamente o FC Porto, que apenas concorda com uma I Liga disputada por 18 emblemas se o clube do Bessa se puder inscrever, apurou a agência Lusa junto de fonte dos “dragões”.
Questionado sobre a matéria, Mário Figueiredo apelou «ao sentido de responsabilidade das restantes instituições desportivas para, unidos, se chegar a uma situação equilibrada, para que a Federação Portuguesa de Futebol ratifique o que hoje foi aprovado».
O presidente da Liga justifica o alargamento sem o Boavista como forma a respeitar as «expectativas dos clubes que irão disputar a “liguilha”, no final do campeonato [finais de maio], e que depois começam a preparar a próxima temporada», de modo a não ficarem dependentes da inscrição boavisteira, que só dará entrada em junho/julho.
«Apelo ao sentido de responsabilidade, pois não o fazendo seria um sinal contraditório perante a decisão o Conselho de Justiça», que em fevereiro decidiu pela reintegração do clube do Bessa na I Liga.
O processo para ratificação fica, agora, nas mãos da direção de Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, mas a proposta aprovada não estará, por outro lado, a salvo de impugnações administrativas por parte dos clubes.
Sobre a pendência processual, Mário Figueiredo escusou-se a «discutir cenários», e reforçou a ideia de que «não se pode dizer aos clubes que se apurarem através da “liguilha que, afinal, não vai ser nada assim porque o Boavista não cumpriu».
«Somos todos crescidinhos para não andarmos a criar expectativas e, depois, não se passa nada», disse o presidente da Liga, que revelou ter havido clubes que «propuseram condicionar essa situação, mas a esmagadora maioria votou, na especialidade, pela “liguilha”.»
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