O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, desvalorizou hoje o pedido de demissão do Benfica pelas críticas feitas ao clube de que é sócio na sua página da rede social do Facebook.
«Enquanto sócio do Benfica sempre exprimi publicamente as minhas posições sem prejuízo das minhas funções. Não perco opinião sobre o meu clube por ser presidente do COP. Fiz num espaço privado e pessoal que partilho com amigos», justificou José Manuel Constantino em declarações à agência Lusa.
Segunda-feira, o Benfica pediu a demissão e cortou as relações institucionais com o presidente do COP, considerando que José Manuel Constantino criticou a organização do clube.
«A Direção do Sport Lisboa e Benfica considera que o presidente do Comité Olímpico de Portugal violou de forma grosseira os deveres de isenção, imparcialidade e independência que são essenciais no exercício das suas funções, razão pela qual entende que só resta um caminho ao presidente do COP, apresentar a sua demissão», lê-se num comunicado, publicado no sítio oficial dos “encarnados”.
No mesmo documento, o Benfica diz que, até tal suceder, «recusa-se a manter mais qualquer contacto institucional, garantindo, porém, que continuará a investir e a dar todas as condições de trabalho e desenvolvimento aos atletas do Benfica Olímpico».
José Manuel Constantino desvalorizou à Lusa a tomada de posição do clube de que é adepto e sócio, reafirmando que não perde as suas opiniões por ser presidente de uma instituição como o COP, garantindo que o organismo não tem nada a ver com aquilo que escreveu.
Na sexta-feira de manhã, o presidente do COP publicou na sua página oficial na rede social Facebook uma mensagem, na qual criticava a organização do Benfica, referindo que «um bom treinador será sempre penalizado num clube com deficiências e carências organizativas».
«O problema do futebol do Benfica é de ambos os domínios. Vive de memórias. E chegou tarde ao comboio dos tempos atuais e das exigências que a organização desportiva requer. Não procurou a qualidade, o conhecimento e a organização. Pensou que bastaria ter instalações, história, glórias, museu, massa associativa, uma águia amestrada, kits para sócios, construção civil, merchandising e o Eusébio», lê-se.
José Manuel Constantino falava ainda de «um arrogante populismo».
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