O Portimonense 0-1 Rio Ave, da 21.ª ronda da I Liga, foi muito polémico e terminou com muitas críticas dos algarvios à arbitragem de Hélder Malheiro. Jogadores, técnicos e dirigentes criticaram a atuação do jovem árbitro, mas o que motivou uma multa ao Portimonense foi um desabafo de... um apanha-bolas.

A formação de Portimão foi multada em 765 euros pela atitude do rapaz, como se pode ler no documento que reúne todos os processos sumários.

"Após o apito final, quando o árbitro ainda se encontrava no terreno de jogo, um apanha-bolas que passou atrás do mesmo agarrou-lhe o braço e disse: 'Isto é uma vergonha', tendo saído a correr após a atitude tomada", escreveu o árbitro no seu relatório.

No jogo que ditou a terceira derrota seguida dos algarvios, o médio Paulinho e dois elementos da equipa técnica do Portimonense, Rui Sá Lemos e Fábio Moura, foram expulsos no decorrer do jogo devido a palavras.

No final do encontro, Folha, treinador do clube, mostrou-se indignado com as decisões de Hélder Malheiro.

"Custa falar. Não podemos sempre ser bons rapazes. Não digo que é de propósito, mas em alguns jogos custa a entender os critérios. As pessoas pagam um bilhete, que não é nada barato, e depois vêm ver dez minutos de jogo. A falta não existe e o Paulinho leva amarelo. Porque falou? Mas não pode falar porquê? São os jogadores que pagam aos árbitros e a todos os que trabalham no futebol. E os jogadores não podem falar, são criminosos? Os árbitros devem ter bom senso e têm de perceber que o jogador é a coisa mais importante que há no futebol, é ele que move isto tudo. Todos os que estamos no futebol somos pagos por estes senhores que estão a correr durante 90 minutos e há que ter mais respeito por eles", contestou o técnico.

Já na segunda-feira a SAD do Portimonense criticou as decisões de arbitragens nos últimos jogos da equipa na Primeira Liga, lembrando que "os mais prejudicados foram os apaixonados pelo futebol, os verdadeiros adeptos".

"Um árbitro não pode ter o ego de achar que é o dono da verdade, como nenhum ser humano pode, apesar de ser a autoridade máxima dentro do campo, acarretando por esse facto a responsabilidade pelo espetáculo e o exemplo a ser seguido", escreveram os algarvios, em comunicado.