As equipas de arbitragem têm prejudicado o FC Porto desde que André Villas-Boas anunciou que ia concorrer às eleições dos vice-campeões nacionais de futebol, analisou hoje o presidente e recandidato Pinto da Costa.
“Há uma coisa curiosa: a partir do momento em que surgiu uma candidatura, a do André Villas-Boas, a arbitragem mudou. Se isso justifica os maus resultados? Não irei dizer que será exclusivamente por isso. Agora, estou a ser objetivo. Vejam as imagens dos jogos com Boavista, Rio Ave, Arouca e Estoril”, apontou, em entrevista ao canal televisivo SIC.
No sábado, logo após a derrota ‘azul e branca’ na visita ao Estoril Praia (1-0), para a 27.ª jornada da I Liga, Pinto da Costa criticou a atuação da equipa de arbitragem liderada por António Nobre, face às expulsões do guarda-redes Diogo Costa e do extremo Francisco Conceição, reconhecendo que a sua presença “não era psicologicamente aconselhável”.
“Não pondo em causa a sua seriedade, foi um indivíduo que, uns dias antes, em Madrid [num jogo particular entre as seleções principais de Espanha e Brasil], teve uma atuação desprestigiante para o futebol e a arbitragem portuguesa. Foi uma autêntica vergonha, já que inventou dois penáltis que não existiam e pôs aquilo em polvorosa. Por coincidência, estavam três jogadores do FC Porto [os brasileiros Wendell, Pepê e Galeno] na equipa prejudicada. Entendo que o António Nobre não é tão mau como foi no Estoril”, salientou.
Além de ter expulsado dois futebolistas do FC Porto e Bernardo Vital, defesa central dos ‘canarinhos’, o juiz da associação de Leiria sancionou com cartão vermelho direto Luís Gonçalves, diretor-geral e administrador da SAD ‘azul e branca’, logo após o apito final.
No dia seguinte, diversos jogadores portistas manifestaram a sua “revolta” em relação à arbitragem nas redes sociais, ao partilharem uma mensagem conjunta, acompanhada de imagens da grande penalidade revertida no início do segundo tempo por António Nobre, com recurso ao videoárbitro (VAR), após choque entre Mangala e Francisco Conceição.
“É fácil dizer que não concordo [com a revolta], mas o futebol é emoção. O livre que deu origem à expulsão do Diogo Costa devia ter sido marcado quase no limite direito da área, mas foi em zona frontal. Só mostra que os adversários fizeram o que quiseram”, criticou.
Confrontado com o comentário feito em outubro de 2023 de que as pessoas do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) eram de uma “seriedade intocável”, Pinto da Costa manteve a apreciação do presidente daquele organismo, José Fontelas Gomes, mas concordou que o controlo emocional do plantel varia entre provas.
“Na Liga dos Campeões era impossível aparecer um árbitro como o que tivemos no Estoril. O jogador tem a sua concentração no jogo e sabe que está a ser dirigido com critério, mas aquilo [que se passou na Amoreira] altera o sistema nervoso de qualquer pessoa”, frisou.
O FC Porto ficou “praticamente fora da corrida” pelo título e possui “poucas hipóteses” de aceder à edição 2024/25 da Liga dos Campeões, mas o presidente acredita que a equipa “está bem e vai reagir” na quarta-feira, quando visitar o Vitória de Guimarães na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, prova vencida nas últimas duas temporadas.
“Vou fazer 42 anos de presidência. Já vencemos 2.566 títulos e a grande base disso foi a união dos sócios. Desde que apareceu, há uma candidatura que não tem feito mais nada que não seja tentar dividi-los”, atirou, aludindo à corrida eleitoral com André Villas-Boas.
Pinto da Costa, que está no 15.º mandato consecutivo e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato batido em 2020, nas eleições dos órgãos sociais, em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.
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