O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, disse hoje estar preocupado que a reformulação das competições organizadas sob a égide da UEFA, nomeadamente no que respeita à calendarização, possa afetar o campeonato português.
Pedro Proença falava na conferência de imprensa de encerramento da Assembleia Geral da Associação Europeia de Ligas Profissionais de Futebol (EPFL), da qual a LPFP integra a direção, e que durante dois dias decorreu no Estádio do Dragão, no Porto.
“Estamos a trabalhar no sentido de apresentar propostas à UEFA para este novo ciclo [2018-2021]”, referiu Pedro Proença, manifestando-se ainda apreensivo face às alterações previstas pela UEFA no que respeita à distribuição dos direitos televisivos pelos clubes que participam nas provas europeias.
Com o memorando de entendimento caducado e por renovar, e atendendo que este é o documento que permite harmonizar as datas e calendários entre os campeonatos e as competições da UEFA, a EPFL receia que a renovação dos quadros competitivos da Liga dos Campeões e da Liga Europa possa ter um impacto negativo nas ligas nacionais.
O presidente da EPFL, Lars-Christer Olsson, traçou um “balanço bastante positivo” da Assembleia Geral e dos seminários que decorreram no Porto, bem como das conclusões, que serão adaptadas em propostas a apresentar à UEFA, a 06 de junho, em Genebra.
“Foi desenvolvido um importante trabalho e foram abordados assuntos fulcrais, como os relacionados com a calendarização da UEFA e com os dinheiros a distribuir pelos clubes envolvidos nas competições europeias. Tomámos decisões e estamos satisfeitos com as conclusões”, referiu Lars-Christer Olsson.
A EPFL receia que a reformulação das competições organizadas pela UEFA possa provocar uma sobrecarga, em termos de jogos, e a coincidência de datas com as ligas nacionais, o que seria nocivo e contraditório do espirito do organismo, que visa o desenvolvimento e o nivelamento entre os campeonatos dos vários países.
“O nosso objetivo é incrementar e elevar o nível de cada campeonato nacional. A restruturação a incutir nas provas da UEFA para o ciclo 2018-2021 pode prejudicar as provas nacionais e repercutir-se nas próprias provas europeias”, referiu o presidente da EPFL, salientando que “nada está ainda decidido” e “que as negociações vão continuar”.
A UEFA está a estudar a reformulação dos seus quadros competitivos, numa reforma que implica, entre outos, a entrada direta na Liga dos Campeões dos quatro primeiros classificados dos quatro campeonatos melhor posicionados no ‘ranking’ e um maior número de jogos.
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