Paulo Assunção garante que Sérgio Conceição não agrediu o presidente da câmara da localidade espanhola de Cartaya, como o autarca afirmou à imprensa espanhola e portuguesa. O antigo médio azul e branco também estava em Huelva onde decorreu o torneio ‘Gañafote Cup’ de sub-10, para acompanhar o seu filho, tal como o treinador do FC Porto, que foi ver o seu filho, José, nos sub-10 dos azuis e brancos.

"Eu estava lá no jogo, o meu filho tem 10 anos e também estava no torneio. O Sérgio [Conceição] também estava lá. Logo que terminou o jogo, entrámos no campo para podermos estar com os meninos. Como acontece habitualmente. Do outro lado, vi que o filho do Sérgio, o Moisés, estava a ser empurrado. O Sérgio estava lá, estava a tentar proteger o filho, mas com tranquilidade. Sem entrar no caminho de agressão, estava bem tranquilo, a tentar apaziguar. Nunca foi agressivo", disse Paulo Assunção ao jornal OJogo.

Ainda à mesma fonte, Paulo Assunção elogiou a calma de Sérgio Conceição, perante o momento, frisando que, se fosse ele, teria agido de forma diferente.

"Se houvesse alguém a fazer o que ele [Manuel Barroso] fez ao meu filho, eu acho que empurrava. E o Sérgio não fez isso", garantiu.

Depois da troca de palavras no relvado e do empurrão do presidente da câmara de Cartaya a Moisés, filho de Sérgio Conceição, como se viu nos vídeos colocados a circular, o incidente terá sido retomado no interior do túnel. Foi ali que Moisés Conceição terá levado "uma palmada no peito", de acordo com o pai Sérgio. Assunção garante que Manuel Barroso continuava exaltado.

"Percebi que o alcaide estava muito nervoso, a empurrar", garantiu.

De acordo com o presidente da câmara, Manuel Barroso, o treinador portista dirigiu insultos ao árbitro e "saltou da bancada e entrou para o vestuário", tendo o autarca da localidade tentado intervir, relatou a mesma fonte à Lusa, que disse haver mais pessoas envolvidas.

O presidente da câmara, Manuel Barroso, apresentou depois uma queixa contra Sérgio Conceição, disse a mesma fonte da Guarda Civil (uma força de segurança semelhante à Guarda Nacional Republicana em Portugal). Em declarações à Antena Huelva Radio, o autarca Manuel Barroso disse que Sérgio Conceição e outras pessoas que estavam com o treinador do FC Porto agrediram o árbitro e o próprio presidente da câmara.

"Após o apito final, chamou-me um funcionário. Disse-me que umas pessoas acabavam de entrar no terreno de jogo para agredir o árbitro. Corri a ajudá-lo, o homem [o árbitro] estava a entrar no túnel. Antes de entrar, um deles deu-lhe uma bofetada. Coloquei-me no meio, para servir de escudo, e perguntando quem eram eles para saltar para o relvado, que não podiam saltar assim para o relvado. Com uma atitude grotesca e arrogante, disseram-me: 'Não sabes com quem estás a falar’", contou o autarca.

Manuel Barroso disse que se identificou como presidente da câmara de Cartaya e o grupo começou então a insultá-lo e a agredi-lo.

"Empurraram-se, agarraram-me pelo pescoço e eu tentei resistir empurrando-os até que chegaram as autoridades, a Guarda Civil", afirmou.

Manuel Barroso disse que mais tarde ficou a saber que um dos homens era Sérgio Conceição e perguntou ao treinador do FC Porto se não tinha vergonha pelo comportamento.

"Mas continuou a faltar-me ao respeito e até me ameaçou de morte", garantiu o autarca, que disse ter apresentado uma queixa pessoal na Guarda Civil e que a câmara de Cartaya também fará o mesmo ao abrigo da lei espanhola do desporto.

"Penso que uma pessoa assim deveria ser castigada. Organizamos este torneio para as crianças se divertirem e continuarem a praticar desporto. Esta imagem foi lamentável", acrescentou.

Sérgio Conceição tem uma outra versão dos factos e avançou que vai fazer uma queixa-crime contra o presidente da câmara de Cartaya.

“Foi apresentada ontem [domingo], logo a seguir aos factos, uma queixa-crime contra o autarca Manuel Barroso por tentativa de agressão ao filho de Sérgio Conceição [Moisés Conceição, que acompanhava o torneio ao lado do pai]. Repudiamos as acusações feitas pelo mesmo autarca, que não têm qualquer fundamento de verdade”, assegurou Pedro Henriques, advogado do técnico ‘azul e branco’, num comunicado enviado às redações.