O candidato à presidência do Sporting Nuno Sousa considera urgente fazer uma reestruturação financeira no clube, para evitar uma “asfixia financeira” e dotar a equipa de futebol de melhores meios para competir com os rivais.
“É importante fazer a reestruturação e libertar os contratos que o Sporting atualmente tem. Por exemplo: quando se faz uma venda, as mais-valias têm de ir para a banca, ou quando se qualifica para a Liga dos Campeões, parte da receita tem de ir para a banca. Isto cria uma asfixia financeira que não permite competir no mesmo nível dos rivais. Há urgência em resolver isto”, afirmou o líder da lista C, em entrevista à agência Lusa.
Para Nuno Sousa, nessa reestruturação assentam dois pilares: a recompra dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) e a redução do valor do passivo.
“É impossível gerir tendo a corda constantemente no pescoço. Isso impede que a parte desportiva cresça. Tem de se fazer vendas, não pelos melhores preços, o que alimenta um círculo vicioso de ter de vender mal para ter resultados financeiros, mas depois estes também não são assim tão bons e não temos capacidade de dotar a equipa de futebol dos melhores meios”, explicou o primeiro candidato assumido às eleições do Sporting.
Desta forma, o gestor pretende “quebrar este círculo vicioso e entrar num círculo virtuoso” na parte financeira, que, por sua vez, traria também melhorias na vertente desportiva.
“Com saúde financeira, podemos tomar as melhores decisões desportivas e obtêm-se resultados desportivos, uma vez que há uma base sólida que faz com que os resultados financeiros sejam melhores”, frisou o rosto da lista C, com o lema “Pelo Meu Sporting”.
Acerca da questão da recompra das VMOC, Nuno Sousa aproveitou para lembrar que essa medida englobava o programa eleitoral de Frederico Varandas em 2018 e que, em 2022, volta a figurar, criticando o atual dirigente de repetir promessas não cumpridas.
“Tinha trabalho feito pela anterior direção, o parceiro era um banco americano, mas, quando chegou [a presidente], não quis levar adiante essa reestruturação. Decidiram que não era esse o caminho. Passaram-se três anos e meio e a única coisa que foi feita foi passar a contrato o que estava negociado com as entidades bancárias, o Millenium BCP e o Novo Banco, que era estabelecer o preço da recompra, deixando de ser de 135 milhões de euros [ME] e passou a ser de 40 ME”, recuou no tempo o gestor portuense.
As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem no sábado, das 09:00 às 20:00, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, com três candidaturas a sufrágio: Frederico Varandas (lista A), Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C).
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