Frederico Varandas concedeu uma entrevista à SIC onde abordou os pontos essenciais do título do Sporting. O presidente dos Leões sublinhou que os últimos dias tem sido "mágicos" após a conquista de um campeonato que parecia quase impossível.

"Desta vez tinha medo de acordar. Quando acordava pensei, 'isto está mesmo a acontecer'? Quando percebi o que tínhamos conseguido foi quando entrei naquele autocarro e fomos em direção ao Campo Grande, ver aquelas pessoas felizes… Se tivesse que dedicar este título alguém, dedicava à geração que nunca viu o Sporting campeão", atirou.

O Sporting conseguiu vencer, numa época em que o grande favorito era o Benfica, após o investimento de mais de 100 milhões de euros em reforços para o plantel e ter feito regressar Jorge Jesus, e ainda o FC Porto, que defendia o título. Apesar de não ser favorito, foi o Sporting quem sorriu no final. Um título que é um exemplo para a sociedade, destaca Frederico Varandas,.

"A classe política devia pôr os olhos no Sporting. As pessoas seguem valores e, sobretudo, a coragem. As pessoas seguiram o Sporting pela coragem. Estamos todos cansados e há sempre algo ligado à corrupção, e ver este Sporting ganhar com menos recursos, com menos dinheiro, apenas pela paixão, pela competência, nunca abdicando dos seus valores, acho que é um exemplo para a sociedade. Cresci a ouvir: 'No futebol, oh, aquilo é só bandidos'. Nós provámos o contrário", elogiou, na entrevista à SIC.

Foi no jogo com o Nacional na Madeira, disputado em condições muito difíceis, que o presidente do Sporting começou a ver o título mais perto de Alvalade.

"Há um momento marcante e disse para dentro: 'vamos ser campeões'. Disse-o apenas para dentro. Foi no jogo da Madeira, frente ao Nacional. Ganhámos 2-0 num jogo épico, uma entrega… com lama, não se via nada. Há uma imagem que não esqueço: entro no balneário, os jogadores todos sujos, com cortes, mas sem ninguém a fazer curativos, e vejo uma roda dos jogadores com o Neto, o Jovane a dançar… com outros jogadores que nem eram titulares, tudo a dançar. Chego cá fora e digo ao Hugo Viana. 'Viana, ninguém vai conseguir parar este grupo'. Não havia equipa ou adversário que nos conseguisse parar", frisou.

Na entrevista à SIC, reconheceu que os rivais "Benfica e FC Porto são gigantes", que merecem muito respeito, embora o mesmo não se possa dizer de quem as dirige: "Se o Sporting é grande muito se deve aos nossos rivais", recordou.