O presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, afirmou hoje que vê “com muito bons olhos” o investimento que o Sporting de Braga quer fazer em Fão, mas sublinhou que o processo ainda está “numa fase muito prévia”.

“É um investimento que vejo com muito bons olhos, porque será muito importante para o desenvolvimento daquela zona, ao mesmo tempo que paga a dívida do Clube de Futebol de Fão, que está em cerca de 1,5 milhões de euros”, disse o autarca à Lusa.

Segundo Benjamim Pereira, o Braga tem interesse em desenvolver “um projeto em parceria com o Fão e com o município, com vista ao desenvolvimento do seu futebol de formação com abrangência até aos sub-23”.

Em negociação está um protocolo, por um período de 15 anos, pelo qual o Sporting de Braga assumirá a gestão do complexo desportivo de Fão.

Simultaneamente, o Braga pretende ainda desenvolver um centro de estágios, com construção de mais campos e de uma unidade de alojamento.

Em troca, o Braga assegurará o pagamento das dívidas do Fão, avaliadas em 1,5 milhões de euros.

“O Fão manter-se-á em funcionamento, como clube satélite do Braga e com os escalões de formação”, explicou Benjamim Pereira.

Segundo o presidente da Câmara, o processo “ainda está numa fase muito prévia”, prevendo-se que o acordo demore “entre seis meses a um ano” para ser formalizado.

“Para já, a prioridade é avançar com o processo de licenciamento e legalização de algumas infraestruturas do complexo, sendo esta, naturalmente, uma condição fundamental para que possa haver evolução neste processo”, referiu.

Posteriormente, será formalizado o acordo, com Benjamim Pereira a garantir, desde já, que o município “defenderá intransigentemente os seus interesses e os investimentos que fez no complexo do Fão ao longo dos anos”.

“O município já investiu, desde finais da década de 90, mais de 1,3 milhões de euros no complexo do Fão, entre terrenos e apoios para obras”, adiantou.

Lembrou que o complexo foi construído numa “parceria” entre o Fão e o município e que este tem “direito de reversão” dos terrenos, caso o clube se extinga ou deixe de prestar o serviço de formação.

“Sem a câmara, não há negócio. No final dos 15 anos do protocolo, se o Braga quiser comprar o complexo, haverá que fazer contas”, disse.

Será feita uma avaliação ao valor do complexo e o Braga terá de pagar o que for além dos 1,5 milhões de euros que assumirá de imediato relativos à dívida do Fão.

“O município, uma vez que não pretende investir mais um cêntimo nas atuais condições em que o clube se encontra, e porque reconhece enormes mais-valias para o clube e para o concelho nesta intenção, vê de forma muito positiva e tudo fará para que chegue a bom porto este interesse da Braga SAD neste investimento”, ressalvou Benjamim Pereira.

Esta época, a equipa sub-23 do Sporting de Braga já está a jogar no campo do Clube de Futebol de Fão.