A revista Visão publicou esta quarta-feira um artigo sobre o caso Rui Pinto, no qual garante que o Ministério Público Francês admitiu que tinha intenções de proteger o 'hacker' português para que este fosse usado como "testemunha cooperante".
Jean-François Bohnert, do Ministério Público de França, explicou à referida revista que Rui Pinto "entregou ao Parquet National Financier alguma informação e material que tinha na sua posse e que podia ser útil para a nossa investigação".
Além disso, Rui Pinto "era considerado uma testemunha cooperante e, antes de ser detido, as autoridades francesas estavam, de facto, a ponderaram sobre o tipo de proteção que lhe poderia ser oferecida".
Depois de ter sido preso na Hungria e extraditado para Portugal, ao abrigo de um mandato internacional, Rui Pinto está preso desde março de 2019, tendo revelado recentemente que entregou um disco rígido à Plataforma de Proteção de Denunciantes na África, que permitiu a recente revelação dos Luanda Leaks, um caso de corrupção relacionado com a empresária angolana Isabel dos Santos.
Aos 30 anos, Rui Pinto vai ser julgado por 68 crimes de acesso indevido, por 14 crimes de violação de correspondência, por seis crimes de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada, este último um crime pelo qual o advogado Aníbal Pinto também foi pronunciado.
Em setembro de 2019, o Ministério Público (MP) tinha acusado o ‘hacker’ de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Plataforma Score e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.
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