O reinício da Liga está aí à porta, com a competição a arrancar já no dia 3 de junho. Contudo, a poucos dias do arranque ainda existem várias dúvidas em relação à realização dos jogos que já se sabe vão ser à porta fechada.
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Já são conhecidos os recintos aprovados para receber os 90 jogos que faltam jogar na I Liga.
Algumas imagens vão ficar certamente na retina dos adeptos nos encontros transmitidos na televisão tais como: As máscaras nos bancos de suplentes, a constante desinfeção de bolas e o silêncio ensurdecedor.
Confira o calendário da I Liga
Para se adaptarem ao novo contexto, face ao problema sanitário, os clubes tiveram que implementar algumas alterações nos recintos de forma à corresponderem aos padrões e exigências das vistorias levadas a cabo pelo Direção Geral de saúde.
Por exemplo, no recinto do Rio Ave procedeu-se "ao aumento da área de um dos balneários para respeitar a distância de segurança de 4 metros quadrados por atleta, colocação de sinalética, instalação torneiras automáticas e à revisão do sistema de ventilação de todos os espaços."
O Estádio do Moreirense foi aprovado e fecha lote de estádios para retoma da I Liga.
Assim, além do recinto de Moreira de Cónegos, foram aprovados pela Direção-Geral da Saúde o Estádio da Luz (Benfica), Estádio do Dragão (FC Porto), Estádio José Alvalade (Sporting), Estádio D. Afonso Henriques (Vitória de Guimarães), Estádio João Cardoso (Tondela), Estádio do Marítimo, Estádio Municipal de Braga, Portimão Estádio, Cidade do Futebol (FPF), Estádio Capital do Móvel (Paços de Ferreira), Estádio Cidade de Barcelos (Gil Vicente), Estádio do Bessa (Boavista), Estádio do Rio Ave, Estádio do Desportivo das Aves, o Estádio do Bonfim (Vitória de Setúbal) e o Estádio Municipal de Famalicão.
Condições que foram impostas para o regresso da I Liga. Futebol pode parar definitivamente se houver proliferação de casos
A Federação Portuguesa de Futebol já comunicou as datas para o reinício da Liga e da Taça de Portugal, mas há algumas dúvidas em relação à forma como este retorno irá ser realizado e ao desenrolar dos jogos.
Para já, sabe-se que caberá às autoridades de saúde a avaliação do risco e a decisão de interromper ou não a prova, caso os casos de COVID-19 aumentem.
Sobre as condições do regresso do futebol, a DGS já fez saber que os clubes, a federação, a liga e os jogadores, ou seja todos os intervenientes serão responsáveis pelos riscos de infeção ao retomarem os jogos e os treinos.
Isso está explicito no ponto 1.
"É... do jogador. E também da FPF, da Liga Portugal e dos clubes. No ponto 1 das condições sobre o regresso do futebol, a Direção-geral da Saúde explica que todos os intervenientes assumem que estão a correr riscos de infeção ao retomarem aos jogos e treinos", pode ler-se.
Também o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol garantiu que os jogadores vão assumir coletivamente o código de conduta do parecer técnico da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o reinício da competição devido à pandemia de COVID-19.
Jogos à porta fechada e quais são as pessoas permitidas dentro dos recintos?
Já se sabe que os jogos vão ser à porta fechada e que só um número limitado de profissionais vão poder assistir às partidas e encontrar-se no interior dos recintos.
O plano da Liga Portuguesa de Futebol prevê um máximo de 185 pessoas nos estádios durante os jogos, assim como um espaço para a monitorização da temperatura corporal para o acesso à zona técnica.
Na zona técnica poderão estar um máximo de até 85 pessoas, com elementos como jogadores, ‘staff’ técnico, equipa de arbitragem, delegados da Liga, segurança pública ou privada, médico antidoping ou ainda o técnico do videoárbitro.
Antes, ao intervalo e depois da partida, até um limite de 15 pessoas, terão acesso ao relvado técnicos afetos à publicidade ou transmissão televisiva ou técnico do relvado.
Já a zona externa ao relvado estará reservada a apanha bolas, jornalistas de pista e fotojornalistas, operadores de câmara e também elementos de segurança, até um máximo de 25 pessoas.
As outras áreas sem acesso ao relvado, que terão lotação máxima de 60 pessoas, estão reservadas a órgão de comunicação social, estatísticas ou relacionados com a transmissão televisiva, órgãos sociais dos clubes e forças de segurança.
Para já, ainda não há novidades em relação à acreditações de jornalistas para as respetivas bancadas de imprensa, a Liga deve elucidar estas dúvidas nos próximos dias. *
Monitorização e higienização das áreas técnicas
O acesso à zona técnica deverá ter um espaço para “monitorização da temperatura corporal” e espaços de circulação divididos com fitas que “permita a circulação de pessoas em sentidos opostos”.
O plano elaborado pela Liga determina que os clubes são responsáveis pela higienização de todos os espaços nos termos previstos pela Direção-Geral da Saúde (DGS), “podendo ser centralizada a garantia de empresa de limpeza e desinfeção”.
Policiamento no exterior do estádio para impedir o ajuntamento de adeptos
Mantendo-se a obrigatoriedade de requisição de policiamento, o documento explica que no interior do estádio estará o “mínimo necessário” de elementos.
Mas é no exterior que a atenção das autoridades vai estar concentrada. As forças de segurança vão ter que vigiar o perímetro do estádio de forma "a dissuadir o ajuntamento de adeptos".
Marta Temido também já se debruçou sobre o tema dos possíveis ajuntamentos de pessoas em alguns locais para verem os jogos da I Liga, que regressa a partir do próximo dia 3 de junho em sinal fechado.
A Ministra da Saúde afirmou que esses ajuntamentos não poderão ocorrer da mesma forma que se observava até ao aparecimento deste vírus e que a Direção-Geral de Saúde vai estar preparada para emitir as orientações necessárias.
Testes 24 horas antes dos jogos
A partir do retomar da I Liga as equipas vão ser testadas uma vez antes de cada encontro. O grupo de especialistas de saúde constituído pela Federação Portuguesa de Futebol reuniu-se com a Direção-Geral de Saúde e ficou acordado que todas formações terão de ser submetidas ao rastreio de COVID-19 nas 24 horas que antecederem cada partida.
O plano inicial desenhado pela DGS apontada para a necessidade de realização de um teste 48 horas antes do encontro e outro o mais perto possível do início do mesmo. Agora, contudo, a solução final encontrada passa pela realização de apenas um desses testes no período de 24 horas antes da partida.
Incógnita em relação às cinco substituições
Em relação aos jogos propriamente ditos, ainda não se sabe se os treinadores poderão realizar as cinco substituições autorizadas pela FIFA.
Terá que ser a Assembleia-geral da liga a aprovar a medida para que esta possa ser implementada, sendo que essa reunião está marcada para o dia 8 de junho.
Caso as cinco substituições sejam autorizadas serão da seguinte forma:
Eem três momentos do jogo, incluindo o intervalo, e define que se as duas equipas fizerem substituições em simultâneo esta vai contar para ambas, ficando só com mais uma possibilidade de alteração. Este número de oportunidades de substituição mantém-se nos jogos com prolongamento, exceto nas competições em que já era permitida mais uma alteração no ‘onze’ durante este desempate.
Nas competições seniores, os jogadores substituídos não podem voltar a entrar em campo, lê-se na síntese desta norma transitória.
Festas e festejos ainda em aberto
Com os clubes ainda a lutar por objetivos, seja campeonato, lugares nas competições europeias ou manutenção, ainda não é pública qualquer informação sobre possíveis festejos.
Em Inglaterra por exemplo, as autoridades querem evitar jogos em Anfield de forma a evitar aglomerados de adeptos. Parece uma medida sensata já que o emblema inglês está próximo de quebrar um jejum que já dura há 30 anos.
Posta de parte deverá estar uma eventual festa na rotunda do Marquês de Pombal ou na Avenida dos Aliados, no caso de Benfica ou FC Porto, respetivamente, únicas equipas que ainda estão a disputar o título. Estão desaconselhados os ajuntamentos e não deverão haver exceções nessa matéria.
A Primeira Liga arranca no dia 3 de junho com o encontro no Algarve entre o Portimonense e o Gil Vicente.
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