O presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do Sporting, Jaime Marta Soares, disse hoje à Lusa que Bruno de Carvalho “é cada vez mais um homem só”, que age como se fosse dono do clube lisboeta.
“É cada vez mais um homem só e deveria pensar bem o mal que está a fazer ao Sporting. Não há nenhum diretor que possa ostentar a propriedade do clube que é isso que parece que Bruno de Carvalho está a fazer neste momento”, sustentou.
Marta Soares, que se demitiu na quinta-feira, em conjunto com os restantes membros da MAG sportinguista, reafirmou que a “resolução definitiva do problema” deve passar pela convocação “a breve prazo” de uma Assembleia Geral com nota de culpa para a destituição da direção.
“Se Bruno de Carvalho entender continuar a não querer demitir-se, teremos de avançar com aquilo que os estatutos permitem que é a marcação de uma Assembleia Geral para a destituição dos órgãos sociais que restam”, assinalou.
Marta Soares advertiu que a intransigência de Bruno de Carvalho e de vários membros do Conselho Diretivo do Sporting em manter-se em funções “está a criar situações muito graves, que podem tornar-se irreversíveis”.
“[Bruno de Carvalho] merece não sair empurrado. Deve sair pelo seu próprio pé e criar condições para que se ouçam os sócios, que são eles os donos do clube”, defendeu o presidente demissionário da MAG do clube de Alvalade.
A polémica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.
Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.
Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.
O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.
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