O candidato à presidência do Sporting Pedro Madeira Rodrigues considera que é o rosto do equilíbrio entre os sete candidatos para a nova era ‘leonina', mas lamentou que tenha precisado de recuperar a imagem denegrida do passado recente.
O investimento prometido, a continuidade de uma aposta forte nas modalidades, os erros do passado e as críticas ao antigo presidente Bruno de Carvalho, para o qual perdeu as eleições em 2017, foram temas expostos em entrevista à agência Lusa, antes do ato eleitoral do dia 08 de setembro.
"Eu faço a síntese da sensatez, da ousadia, da irreverência e tenho a idade e a maturidade certa. Tenho experiência em gestão e julgo que sou a via do equilíbrio", afirmou Pedro Madeira Rodrigues.
Apesar de se identificar com algumas ideias dos outros seis candidatos, o candidato da lista C admitiu sentir-se prejudicado por ter visto a sua imagem ‘manchada’ no passado, naquela que identifica como a sua maior adversidade.
"O meu grande opositor foi a imagem denegrida que quiseram fazer de mim no ano passado e é contra isto que tenho de combater e estamos a dar a volta. Identifico-me com os outros candidatos com ideias frescas dos mais novos e a experiência dos mais velhos, que têm capacidade para ver as coisas de longe", resumiu.
Ainda assim, não deixou de deixar apontar uma crítica a todos eles, referindo-se ao lado que escolheram na altura da Assembleia Geral, em fevereiro deste ano, que aprovou os novos regulamentos, as alterações estatutárias e a continuidade dos órgãos sociais.
"Agora há um grande sentido de oportunismo dos outros candidatos. Aí, sim, fiz uma oposição praticamente sozinho e estes todos que apareceram estiveram com Bruno de Carvalho. Questiono a liderança e a visão destas pessoas. Acredito que desta vez o resultado será muito melhor [para mim]", declarou.
Sobre a primeira vez que foi a votos, Madeira Rodrigues considerou que decidiu "mais com o coração e com muito boa vontade", admitindo que o maior erro foi "não ter conseguido passar a mensagem" aos sócios.
Quanto às críticas ao antigo líder ‘leonino', o candidato, de 47 anos, não foi meigo nas palavras, nem deixou de lamentar o "fim penoso e cruel" que Bruno de Carvalho acabou por ter.
"Ele não gosta do Sporting, sempre foi um homem egoísta, sempre pensou nele próprio e as coisas boas que fez no Sporting ajudavam a mantê-lo no poder. Já saberíamos que ia ser um fim penoso, mas desta maneira tão cruel não", referiu.
Sobre a área financeira, o candidato traçou as medidas que vai aplicar de imediato, depois de ter prometido e assegurado 120 milhões de euros estrangeiros para os cofres ‘leoninos'.
"A situação é preocupante, mas já garantimos [investimento] que entra para os empréstimos obrigacionistas, que vão permitir resolver as situações de tesouraria, comprar as VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) e ficar com 90% da SAD. Isto é só o começo, não quero prometer mais nada para já", contou.
Madeira Rodrigues insistiu na necessidade de "equilibrar o barco" dos ‘leões' e explicou como o vai fazer.
"Temos de ser rentáveis, porque temos tido um défice de resultados correntes entre receitas e despesas. Temos de equilibrar o ‘barco’ e vamos continuar a viver das transferências, mas temos de catapultar as nossas receitas", completou.
Por fim, não deixou de garantir que as modalidades não vão ficar para segundo plano, esclarecendo que o futuro passa pelo desenvolvimento de atletas da formação.
"Fizeram uma aposta financeira fortíssima que queremos manter. Queremos ser cada vez mais sustentáveis e para isso vamos trabalhar muito ao nível da formação. Temos de preparar as equipas para serem substituídas por jogadores de formação daqui a dois ou três anos", concluiu.
As eleições no Sporting estão marcadas para sábado.
Além de Pedro Madeira Rodrigues, concorrem ao ato eleitoral João Benedito (lista A), José Maria Ricciardi (B), Frederico Varandas (D), Rui Jorge Rego (E), José Dias Ferreira (F) e Fernando Tavares Pereira (G).
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