O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, disse hoje à Lusa que a reeleição para um novo mandato de quatro anos acarreta "muito mais responsabilidade" na "defesa da classe".
A reeleição, consumada na noite de sexta-feira, ocorreu sem votos nulos ou em branco, com todos os votos, num número recorde em 41 anos da APAF, registados na candidatura de Gonçalves.
"Ficámos muito satisfeitos. Para nós, o recorde de votação não deixa de ser um número, mas tem um significado muito maior, numa altura em que os associados tinham tudo para poder dar a desculpa de não votar", devido à pandemia de covid-19, defendeu.
Luciano Gonçalves agradeceu a todos os membros da anterior direção, da que agora inicia funções e a todos os participantes no processo eleitoral, além do mandatário, Olegário Benquerença, e vincou quatro pilares, de seis que vão nortear os próximos quatro anos, como de especial importância.
Em primeiro lugar, "a questão do reconhecimento de carreira", e de uma "situação precária na classe" que tem de ser combatida, tanto no futebol como noutras modalidades, mas também "a Academia APAF", cujo objetivo é "dar formação a árbitros e a todos os agentes envolvidos no futebol", que seja "específica e direcionada a necessidades".
Por outro lado, uma aposta para os próximos anos será feita "na responsabilidade social, porque a arbitragem pode dar muito mais à sociedade", assim como na comunicação, "não só interna" como por forma a "abrir a arbitragem à sociedade, para que reconheçam o trabalho" de profissionais e amadores neste campo.
Sobre a retoma da I Liga de futebol, agendada para o início de junho, o dirigente referiu que todos os profissionais voltaram aos treinos "de forma tranquila e num momento de forma normal para a época".
"Foi feito um trabalho de excelência desde o momento em que se parou, pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e pela Unidade de Saúde e Performance, que não deixou que os árbitros dos campeonatos profissionais deixassem de ser acompanhados", revelou.
Os árbitros, que estão "preparados" para entrar em campo, não deixaram de se treinar, ainda que adaptados à nova realidade trazida pela pandemia de covid-19, e foram ainda envolvidos "pelas dezenas de núcleos pelo país em ações de formação, como formadores e formandos".
Questionado acerca da polémica relacionada com as viagens para a Madeira, para apitar jogos do Marítimo, em que os árbitros teriam de voar para o arquipélago nos mesmos aviões em que viajam as equipas, Luciano Gonçalves explicou que tem "fugido da polémica para não alimentar um novo problema" e pediu "respeito".
"Num mundo perfeito do futebol, isto não é um problema. Queremos todos o mesmo do jogo", rematou.
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