O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Fontelas Gomes, disse hoje que a Liga, agora presidida por Luís Duque, comprometeu-se a pagar os salários e prémios em atraso antes do final do mês.
"Tivemos uma reunião após a tomada de posse [de Luís Duque como novo presidente da Liga] e estabelecemos um prazo de quinze, vinte dias para a regularização da situação", disse à agência Lusa José Fontelas Gomes.
Em causa estão 25 por cento dos salários e prémios dos árbitros das competições profissionais relativos aos meses de julho e agosto - que costumam ser pagos em setembro - e também a totalidade da remuneração do mês de setembro.
O pagamento dos salários e prémios em atraso tinha sido acordado - mas não cumprido - com o anterior presidente da Liga de Clubes (LPFP), Mário Figueiredo, entretanto substituído à frente da entidade na sequência de eleições a 27 de outubro.
O incumprimento dos prazos estabelecidos levou na altura o dirigente da APAF a admitir a possibilidade de uma greve dos árbitros e auxiliares de arbitragem.
"Esperamos ver a situação resolvida antes do fim do mês de novembro. Não agendamos um dia, mas sim um prazo confortável para ambas as partes, que dá tempo à nova direção [da Liga] para pôr a casa em ordem", sublinhou Fontelas Gomes.
A LPFP atravessa dificuldades financeiras. No início de outubro, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, explicou que a Liga de clubes gasta 12 milhões de euros apenas com a organização das provas profissionais e a arbitragem e gera receitas de três milhões, pelo que tem um défice de exploração de nove milhões.
O dirigente da APAF também comentou um desafio lançado recentemente pelo mais consagrado árbitro internacional português, Pedro Proença, que o considerou um bom nome para substituir Vítor Pereira à frente do Conselho Nacional de Arbitragem (CNA).
"Fico lisonjeado por um dos melhores árbitros do mundo valorizar o que temos feito na direção da APAF e que ponha o meu nome num grupo de possíveis candidatos. Mas devo reafirmar que esse não é o meu objetivo, mas sim desempenhar o meu papel na APAF", salientou.
No sábado, entrevista ao jornal Record, Pedro Proença considerou que o Conselho Nacional de Arbitragem está "num caos", com processos classificativos com erros, sem "estratégia de comunicação" nem resultados no que diz respeito à "academia de arbitragem".
Para Fontelas Gomes, "é Vítor Pereira quem está no cargo e é ele quem tem de desempenhar as suas funções o melhor possível".
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