A época 2013/14 superou as melhores expectativas dos adeptos do Sporting, depois de um dos seus piores anos de sempre. O trabalho metódico de Leonardo Jardim e a coesão de um plantel jovem e determinado ajudou o clube de Alvalade a garantir o segundo lugar e o regresso à elite da Champions. Mais: deu azo ao sonho de ser campeão. Não foi possível no passado mês de maio, mas os leões sonham agora evoluir e festejar em maio de 2015.
O Sporting apresenta uma “mudança na continuidade” para a nova época: saiu Jardim, entrou Marco Silva. Mais do que lamentar a perda do técnico madeirense, que trocou o Sporting por um desafio milionário no Mónaco, os adeptos leoninos entusiasmaram-se com a chegada do técnico mais badalado no final da temporada transata. Aos 37 anos, Marco Silva estava na agenda do FC Porto e era bem visto para o futuro no Benfica. Porém, o Sporting chegou primeiro e venceu a “concorrência”.
Em cerca de dois anos e meio nos “canarinhos”, o jovem treinador conseguiu a promoção à I Liga e a isso somou-lhe dois apuramentos consecutivos para a Liga Europa. Melhor era (praticamente) impossível. Ao conseguir bons resultados com um futebol atrativo e a potencialização de jogadores, cresce a ambição em Alvalade. E Bruno de Carvalho já deixou o recado: este ano é para lutar pelo título, sem esquecer uma boa figura na Champions.
Para cumprir essa meta, o presidente leonino reconheceu que só a formação não chegava. Além da “prata da casa” que sobe este ano ao plantel principal, os responsáveis do clube aliaram a prospeção fora de portas, trazendo vários ‘reforços cirúrgicos para dar maior concorrência e acautelar eventuais partidas de última hora.
Entre as contratações destacam-se o médio defensivo Oriol Rosell, o lateral André Geraldes, o central Paulo Oliveira, o médio ofensivo Slavchev, o jovem criativo Ryan Gauld e o avançado japonês Tanaka. No entanto, mais jogadores podem estar a caminho, já que o mercado de transferências apenas encerra a 31 de agosto.
Paralelamente, há outros nomes já conhecidos das bancadas verdes de Alvalade, mas que podem finalmente “rugir” bem alto na equipa: são os casos do regressado João Mário e do irreverente Carlos Mané. O primeiro deixou boa impressão em Setúbal, na última, época, e o segundo espantou Alvalade com alguns bons jogos no epílogo de 2013/14.
A única preocupação em Alvalade passa pelas saídas. O lado mau de uma boa época chega sempre no defeso seguinte, com o ataque dos colossos europeus aos melhores jogadores. William Carvalho, Rojo, Rui Patrício, Capel ou Slimani são os elementos com mais mercado e até ao fim do mês muito pode ainda mudar. Muito, mas não a ambição de ser campeão nacional em 2014/15.
Entre o ano de Adrien e a esperança João Mário
O médio de 25 anos pode “sair da sombra” de William Carvalho e ganhar o protagonismo que lhe é devido, mas o meio-campo leonino deve guardar ainda um lugar para um jovem promissor ‘made in Alcochete’.
Adrien Silva não tem o perfil típico de estrela de equipa, mas muito do futebol do Sporting passa pelos pés - e cabeça - do médio de 25 anos. Não fosse a espetacular revelação chamada William Carvalho no ano passado e o jogador nascido em França teria tido outro reconhecimento pelo seu enorme contributo para o desempenho positivo dos leões.
Embora esteja entre o lote de jogadores com mercado no estrangeiro, a sua continuidade é uma aposta de Marco Silva, que espera elevar ainda mais o seu rendimento através de uma maior exploração do seu potencial ofensivo. Se os jogos de pré-época servem alguns indícios para o futuro da formação leonina, então será possível ver Adrien surgir mais vezes perto da grande área adversária para tentar a sua sorte.
Com William Carvalho, Rosell ou André Martins a seu lado, o médio - que chegou a rodar no Maccabi Haifa e na Académica – não perde o seu lugar, sendo o responsável pela dinâmica e fiabilidade do meio-campo do Sporting. Tentaram tirar partido do seu talento a número 10, quiseram vestir-lhe a alma de guerreiro na posição 6, mas foi como número 8 que “explodiu”. Um médio moderno, competitivo, eficaz, por vezes discreto, mas absolutamente fundamental para a tentativa do Sporting em acabar com o jejum de ser campeão, que já dura desde 2002.
A solução de futuro para o presente
E se Adrien deverá ser uma figura chave no figurino da equipa de Alvalade em 2014/15, João Mário tem todos os argumentos para ser a nova revelação do talento ‘made in Alcochete’. Com apenas 21 anos, o jovem médio é um líder nato. Foi capitão da seleção de sub-20, figura de relevo nos escalões de formação do clube leonino e afirmou-se de forma inequívoca na cedência de uma época ao Vitória de Setúbal.
Natural do Porto, o jovem médio teve uma breve passagem na formação do FC Porto, mas rapidamente rumou a Lisboa para se instalar no Sporting. Cresceu nos últimos anos em Alcochete, dando nas vistas pela sua inteligência e maturidade, às quais alia uma boa leitura tática do jogo e uma invulgar qualidade e segurança de passe.
Depois de ter iniciado 2013/14 na equipa B dos leões, subiu a meio da época para a I Liga, a fim de crescer no Bonfim. Dito e feito. Chegou a tempo de fazer 15 jogos, dos quais 14 foram na condição de titular, e ajudou ao bom final de temporada dos sadinos. A evolução foi tão marcante que Paulo Bento o incluiu na pré-convocatória de 30 jogadores para o Mundial 2014. O seu nome caiu na escolha dos 23 eleitos, mas ficou na linha da frente para a renovação geracional que se adivinha na Seleção. João Mário é uma solução para o futuro… e presente.
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