O Benfica de Bruno Lage é sinónimo de golos. Muitos golos. Contas feitas, os 'encarnados' fecham a temporada com o melhor ataque da prova, com um total 103 golos, igualando o melhor registo do clube na Primeira Divisão que havia ser alcançado em 1963/64. Para ter noção da veia goleadora deste Benfica, basta olhar para os números da segunda equipa mais concretizadora, o FC Porto de Sérgio Conceição, que soma menos 30 remates certeiros.

Esta 'queda' para o golo chegou sobretudo com a entrada de Bruno Lage para o comando técnico. Recorde-se que à entrada para a 16.ª jornada, que coincidiu com a chegada do treinador setubalense, o Benfica tinha 31 golos, tantos quanto FC Porto, mais um do que SC Braga e menos um do que o Sporting, que liderava neste capítulo.

Em 19 jornadas sob o comando do novo técnico, mais 4 que o número de jogos realizados com Rui Vitória, o clube da Luz marcou 69 golos, à média de 3,7 por partida (com Vitória era de dois por desafio), nunca tendo ficado em branco no que diz respeito ao principal escalão do futebol nacional. Ou seja, em 19 jogos, Bruno Lage soma quase tantos golos como o FC Porto, segundo classificado, em 34 rondas - 73 golos.

Enquanto Rui Vitória conseguiu três goleadas nesta temporada - Nacional, Feirense e SC Braga - Lage somou um total de 10 goleadas - Boavista, Nacional, Aves, Chaves, Moreirense, Feirense, Marítimo, SC Braga, Portimonense e Santa Clara.

Neste âmbito, há que destacar o histórico 10-0 aplicado na receção ao Nacional, da 21.ª jornada. Nenhuma equipa conseguia um resultado tão esmagador na Liga portuguesa desde o dia 2 de fevereiro de 1964, quando as 'águias' aplicaram chapa 10 ao Seixal, numa tarde em que Eusébio fez seis golos. Desta feita, a goleada foi distribuída pela equipa - marcaram oito dos 13 jogadores de campo lançados por Bruno Lage -, prova cabal do que tem sido o futebol praticado pelo Benfica.

O 'massacre' na Luz começou cedo, logo aos 33 segundos, por Grimaldo e foi-se acentuando, tendo os 'encarnados' chegado ao intervalo a vencer por 3-0, com mais dois golos de Seferovic. Na segunda parte, João Félix (50'), Pizzi (54'), de grande penalidade, Ferro (56'), em estreia no campeonato e como marcador, Rúben Dias (64'), Jonas (85' e 90'), num regresso após lesão, e Rafa (88'), conferiram expressão ao marcador.

Veja o resumo do Benfica-Nacional

Para além da receção à equipa de Costinha, houve mais três goleadas do Benfica por cinco ou mais golos esta época: o 6-0 ao Marítimo (30.ª jornada), o 5-1 ao Boavista (19.ª jornada), ambos com Bruno Lage no banco de suplentes, e o 6-2 na receção ao SC Braga, este ainda com Rui Vitória no comando.

Se tivermos em atenção todas competições oficiais, o Benfica já atingiu nesta temporada os 140 golos (103 no campeonato, 22 nas provas europeias, nove na Taça de Portugal e seis na Taça da Liga). Um registo, ainda assim, longe do melhor de sempre, relativo à época 1963/1964, quando 'as águias' marcaram o impressionante número de 169 golos.

Voltando à comparação entre os números do Benfica de Rui Vitória e de Bruno Lage nesta época, é curioso registar que além de a equipa ter uma muito maior vocação ofensiva, também está melhor a nível defensivo. Até à 15.ª jornada, os encarnados sofreram 15 golos. De então para cá, da 16.ª à 34.ª rondas, com o atual treinador no comando, as 'águias' encaixaram 16.

Democracia do golo

Para este registo goleador têm contribuído vários jogadores do Benfica, o que nos leva a outro dado importante: a democracia do golo. Haris Seferovic lidera isolado a lista dos melhores marcadores do campeonato, com 23 remates certeiros, sendo que 19 foram apontados sob o comando de Bruno Lage. Mas o avançado suíço não é o único a mostrar 'pontaria afinada' na equipa. Rafa (17 golos), João Félix (15), Pizzi (12) e Jonas (11) fazem parte do top 10 de goleadores da I Liga.

No que às assistências diz respeito, o destaque vai para Pizzi. O médio dos 'encarnados' efetuou um total de 19 passes para golo - mais ninguém conseguiu este registo no campeonato. André Almeida (12) e Grimaldo (11) também estiveram em evidência neste capítulo.

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