João Aroso deixou o Vitória SC em Agosto de 2023 e não aceitou o convite de Moreno para integrar a sua equipa técnica no Chaves, quando chegou à equipa de Trás-os-Montes em setembro do ano passado.
Ao Sapo Desporto, o treinador que já passou pelo Sporting, pela Seleção Nacional e pelo SC Braga, deixou elogios a Álvaro Pacheco e mostrou-se confiante de que a equipa minhota tem todas as condições para ambicionar lutar por um lugar europeu, tal como na época passada, quando alcançou as eliminatórias de acesso à Liga Conferência.
Vitória SC: "O Álvaro tem feito um excelente trabalho. Vemos uma equipa a jogar bom futebol e muito confiante"
Atualmente no 5.º lugar do campeonato com 50 pontos, a 3 do SC Braga, no 4.º posto, o Vitória SC tem feito uma época assinalável mesmo depois das saídas de Moreno e Paulo Turra. Com Álvaro Pacheco, os minhotos estão ainda nas meias-finais da Taça de Portugal, eliminatória que vão discutir com o FC Porto, atual detentor do troféu.
O percurso da equipa vimaranense não é indiferente a João Aroso, que deixa elogios a Álvaro Pacheco, atual treinador do Vitória SC.
"O Vitória está a fazer uma excelente época, apesar de uma fase inicial algo conturbada pelas razões que se conhecem. O Álvaro tem feito um excelente trabalho. Vemos uma equipa a jogar bom futebol e muito confiante", elogiou. Apesar da atribuição do mérito ao antigo técnico do Vizela e do Estoril, João Aroso acredita que um dos trunfos da atual equipa técnica foi ter reconhecido o que de bom se fez durante a passagem de Moreno, equipa técnica da qual fez parte.
"Já o referi anteriormente, não querendo ser imodesto, acho que o Álvaro reconheceu também conceitos interessantes trabalhados pela nossa equipa técnica na vigência do Moreno, e lhes deu sequência (ou os recuperou, face ao período com o Paulo Turra, em que esses conceitos mudaram um pouco)."
Face a isto, Aroso não tem dúvidas: "Vejo o Vitória com tudo para chegar novamente às competições europeias", concluiu.
"Vejo o Sporting como o mais forte candidato ao título"
Sobre a luta acesa no topo da tabela e o despique dos aflitos no fundo da classificação, Aroso acredita que as decisões vão arrastar-se até às últimas jornadas, mas vê uma equipa mais forte e a jogar melhor. E é nessa mesma equipa em que, na opinião do treinador de 51 anos, joga a maior figura desta edição do campeonato.
Com o campeonato prestes a regressar para entrar na reta final, João Aroso vê uma I Liga cada vez mais competitiva. "O campeonato tem tudo em aberto, a luta pelo título, pelo acesso às competições europeias e a luta pela manutenção. Esta maior competitividade é positiva para a nossa Liga". Apesar do equilíbrio, para o técnico há um clube num patamar superior.
"Vejo o Sporting como o mais forte candidato ao título, seja porque está em primeiro com menos um jogo, mas também porque a consistência do seu rendimento num patamar elevado faz crer que perderá poucos pontos até ao fim. O Benfica, depois do impacto fortíssimo do resultado no Dragão, reergueu-se e venceu os jogos seguintes para a Liga. O jogo Sporting - Benfica dentro de 2 jornadas poderá ser determinante na corrida pelo título. O FC Porto está numa situação mais difícil face à desvantagem pontual, sobretudo porque tem que ultrapassar dois adversários e não apenas um. Isto numa fase em que temos provavelmente o melhor FC Porto da época", lembrou.
Disputa que será, no entender de João Aroso, igualmente bem disputada no fundo da tabela.
"Na luta pela fuga à despromoção... 5 pontos apenas separam o oitavo classificado da equipa em posição de playoff e apenas 9 para o último classificado. Serão determinantes para a decisão nestas jornadas que faltam a qualidade de jogo, obviamente, mas também a capacidade mental dos jogadores para lidarem com a pressão do espectro de descida. Olho para muitas das equipas que estão em situação difícil e vejo plantéis com muita qualidade, o que ilustra que a nossa Liga é melhor do que aquilo que muitas vezes se diz", rematou.
Sobre a presente edição da Liga, no que diz respeito aos destaques individuais, para o técnico há um protagonista maior.
"Apesar da época incrível do João Neves, que é já um jogador imprescindível na equipa do Benfica, não há como não eleger o Gyokeres, pois numa equipa com dinâmicas já muito bem definidas, conseguiu acrescentar uma capacidade de desequilíbrio individual notável, sobretudo quando é solicitado em movimentos de dentro para fora no espaço, ou quando recebe sob pressão e consegue rodar sobre o adversário. Passou a ser muito difícil pressionar o Sporting mais alto. Pressionar alto o Sporting em inferioridade numérica é difícil face à qualidade da equipa a construir a partir de trás. E subir mais jogadores a essa pressão alta leva a ter que assumir 1x1 atrás, algo que frente ao Gyokeres representa um risco enorme", alertou.
Atualmente a desfrutar de um momento dedicado ao estudo e à observação de alguns clubes, dentro e fora de portas - "Premier League, La Liga, Bundesliga, mas também por cá" -
João Aroso não esconde o desejo de voltar a treinar.
Orientar uma equipa como técnico principal seria um desafio bem-vindo, mas longe de ser uma condição para voltar ao ativo: "Não tenho essa obsessão", garantiu. "Pode haver contextos como treinador-adjunto que sejam mais estimulantes do que como treinador principal".
Apesar das propostas recentes, João Aroso garante que até agora nenhuma o conquistou em definitivo. "Nada suficientemente estimulante, aguardo o melhor contexto", concluiu.
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