Francisco J. Marques, antigo diretor de informação e comunicação do FC Porto, criticou nas redes sociais a abordagem da atual direção dos dragões face às arbitragem das jornadas mais recentes da I Liga.

"A direção e o presidente do FC Porto descobriram ontem, depois do Famalicão-FC Porto, que o Benfica foi beneficiado em Arouca. Até seria hilariante se não fosse trágico por deixar à vista a falta de preparação para tratar com o mundo real do futebol português", começou por escrever na rede social X, lembrando que Luís Godinho, árbitro do encontro do FC Porto em Famalicão no passado sábado, tinha na ronda anterior dirigido a visita do Benfica a Arouca, num jogo com vários lances polémicos.

"Se o Benfica foi beneficiado em Arouca - e foi, pelo árbitro que o beneficia com frequência - o FC Porto devia ter reagido quando aconteceu. Depois, devia ter manifestado a surpresa e revolta por o árbitro que voltou a errar em favor do Benfica ter sido premiado com a nomeação para o jogo do FC Porto, um dos mais importantes da jornada. E dá-se o caso desse árbitro jamais se ter enganado a favor do FC Porto, sendo sempre nomeado para jogos de dificuldade elevada, fora do Dragão, para se juntar a fome à vontade de comer. Sim, porque por azar dos Távoras, engana-se muitas vezes contra nós, tal como o companheiro em função de VAR", acrescentou Francisco J. Marques.

"Mas o FC Porto também devia ter reagido em agosto, quando uma mão bem mais visível do que a de ontem do Pêpe, ou a de Francisco Moura em Moreira de Cónegos que nos atirou para fora da Taça, de Marcos Leonardo, não foi sancionada, o que permitiu que o Benfica empatasse de penálti já nos descontos com o Moreirense. Pontinho aqui, pontinho ali e assim se vai cozinhando a classificação", prosseguiu.

"Por isso, esta reacçãozinha na crónica do jogo publicada no site e na edição de hoje do Dragões Diário mais não é do que dar um bocadinho de palha ao animal, sendo que o animal somos todos nós, adeptos que temos de ser calados. Todos sabemos que os jogos do Benfica têm de ser escrutinados, mais ainda na época antes das eleições do SLB, mas o FC Porto só reagiu quando a contestação ao treinador começou a alastrar à direção. Ao mesmo tempo que 300 Km a sul se desdobram em elogios a uma exibição que, descontando o contra-ataque invalidado, não criou uma oportunidade de golo", apontou ainda.

"Em 11 jogos fora de casa ganhámos quatro, perdemos cinco e empatámos dois, o que é um péssimo desempenho, responsabilidade de quem tomou uma série de decisões que estão a lesar o FC Porto e a hipotecar as possibilidades de sucesso desportivo. Mas isso fica para outro dia", termina.