O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, exigiu hoje que sejam consagrados meios efetivos à nova Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD).
Num discurso proferido na Assembleia da República (AR), o líder federativo enalteceu o "longo caminho já percorrido" nesta matéria desde que fez o primeiro alerta, em 2017, mas avisou para o risco de a APCVD dispor das leis e não dos recursos necessários para a aplicação das mudanças na proposta de lei n.º 153/XIII, que altera o regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos.
"Se verificámos com satisfação a criação da autoridade, continuamos a achar crucial que esta autoridade tenha recursos materiais e humanos. É um princípio absolutamente estruturante e estamos disponíveis para discutirmos as propostas em detalhe. O apelo que fizemos em 2017 mantém-se atual. Precisamos de reforçar a partilha de informação", alertou.
Para Fernando Gomes, a realização desta audição pública sobre as alterações legislativas na área do desporto é o "início de um ciclo que tem de contar com a mobilização de todos".
A APCVD deverá contar com cerca de 20 elementos, ficará sedeada em Viseu, e será presidida por Rodrigo Cavaleiro, oficial da Polícia de Segurança Pública (PSP).
"Tão importante como a alteração da lei vigente seria a aplicação da lei e a FPF reitera a importância de trazer para a vida real o regime normativo", acrescentou o presidente da FPF.
No mesmo sentido, Carlos Lucas, diretor de Competições e Eventos da FPF, salientou também a necessidade de a bitola de atuação da APCVD ser "escalada em função do nível profissional, nacional e distrital", para haver uma distinção entre os diferentes tipos de eventos desportivos e os meios que são mobilizados para a sua realização.
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