As contas do FC Porto fizeram soar o alarme na estrutura dos ‘dragões’. Com um prejuízo de quase 60 milhões de euros, a equipa liderada por Pinto da Costa necessita de ‘arrumar’ a casa e dar resposta ao momento negativo nas contas do clube. Um dos tópicos que vai ter especial atenção por parte da estrutura portista são os gastos com o pessoal.

No relatório e contas apresentado na quarta-feira, o FC Porto admite que está a gastar 75,790 milhões de euros com “custos de pessoal”. Nesta categoria estão incluídos todos os jogadores das equipas principais, juniores e funcionários ligados ao clube. Estes valores ultrapassam em grande margem os números do ano passado, que estavam fixados em 44 milhões de euros.

Perante este cenário de aumento de custos agressivo, FC Porto vai instaurar um período de austeridade até acertar as contas para níveis mais favoráveis à gestão ‘azul e branca’. Para tal, o clube da cidade Invicta já está a preparar um plano de redução gradual da folha salarial do pessoal.

O plano de cortes no FC Porto foi revelado por Fernando Gomes. Em declarações ao jornal ‘A Bola’, o dirigente deu conta dos planos feitos no seio do clube e explicou como teve origem este ‘deslize’ nas contas.

"Na época 2013/14, os encargos com a equipa A (plantel mais organização e funcionários) andava à volta de 60 milhões de euros. Hoje estamos nos 100 milhões. Inflacionámos muito os salários. A meta é reduzir 20 milhões de euros em salários nos próximos dois anos. Reduzir os salários não significa perda de competitividade".

A folha salarial é um dos aspetos em que o FC Porto gasta mais dinheiro. O aumento que se verificou nas contas deste ano excede todos os rendimentos que entraram. Isto é, os ‘dragões’ gastaram mais dinheiro a pagar a jogadores e funcionários (75,790 milhões) do que ganharam com merchandising (4,583 milhões), bilheteira (6,259 milhões), provas da UEFA (11,603 milhões), direitos televisivos (1,866 milhões), venda de passes (38,658 milhões) e publicidade (2,810 milhões). As contas de entrada de capital ficam, por isso, nos 65,779 milhões de euros, um valor 10 milhões abaixo dos gastos.

O prejuízo anunciado pelo FC Porto ganhou novos contornos quando aliado ao fair-play desportivo. Os ‘dragões’ entraram em incumprimento com as regras da UEFA e estão perante o olhar atento do órgão que gere o futebol europeu. Apesar do incumprimento, o ‘bom comportamento’ do clube português entra em ação. As regras do fair-play financeiro preveem sanções graves a quem não cumpre as regras constantemente, no entanto os ‘dragões’ não são incumpridores habituais.

O FC Porto apresentou o pior prejuízo de sempre num relatório e contas. A equipa ‘azul e branca’ comunicou uma perda de 58,4 milhões de euros. O passivo do clube também aumentou e coloca mais pressão sobre a direção de Pinto da Costa.