O FC Porto sofreu a terceira derrota seguida este domingo, ao perder no terreno do Gil Vicente por 3-1, em jogo da 18.ª jornada da I Liga. É  a segunda derrota consecutiva dos Dragões na prova, depois dos 0-2 contra o Nacional.

Pablo, Félix Correia e Josué marcaram para os gilistas, Gonçalo Borges fez o tento dos portistas.

Nico e Samu foram expulsos com vermelho direto, o segundo no final do jogo após contestar o árbitro Fábio Veríssimo.

No final do jogo, jogadores, equipa técnica e direção foram muito contestados pelos adeptos portistas. Vítor Bruno, muito contestado, pode ter os dias contados. André Villas-Boas tem de tomar uma decisão.

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A derrota na Madeira, após uma das piores exibições do FC Porto nos últimos 20 anos, principalmente na primeira parte, pedia uma resposta à altura, perante um Gil Vicente que não perdia há cinco jogos para o campeonato.

Era preciso agitar as águas, por isso o técnico Vítor Bruno operou cinco mudanças em relação à equipa que perdeu na Choupana: Francisco Moura, Nico González, Namaso, Fábio Vieira e João Mário foram titulares. Pepê, um dos piores na Choupana, nem entrou na ficha de jogo.

As mudanças pouco ou nada trouxeram à equipa porque o FC Porto, de forma inexplicável, voltou a fazer uma primeira parte miserável (não tanto como na Madeira). Criou uma oportunidade de golo aos 9 minutos, num desvio de cabeça de Samu que Sandro Cruz salvou em cima da linha de golo após canto, mas depois... nada. O canto nasceu de um corte de Gbane em cima da linha, a remate de Fábio Vieira que levava selo de golo.

Ofensivamente faltava criatividade, defensivamente o Gil Vicente encontrava sempre algo na defesa portista, muito por culpa de erros individuais e de falta de agressividade. Os gilistas pareciam querer mais.

No primeiro ataque desenhado pelos homens de Bruno Pinheiro, deu golo, aos 11 minutos. Kanya Fugimoto, na direita, recebeu de Félix Correia, meteu um centro entre guarda-redes e defesa, Otávio reagiu tarde e Pablo, filho de Pena, antigo avançado do FC Porto, atirou a contar.

Aos 18, displicência de João Mário num lançamento lateral, a meter a bola num adversário. Pablo entortou Otávio e só não fez golo porque Nico apareceu a varrer. Aos 30, nova oportunidade dos gilistas. Depois de vários ressaltos na área, Touré atirou por cima, quando tinha tudo para marcar. A defesa portista a meter água por todos os lados.

Mudar é preciso, Vítor!

Ao intervalo, Vítor Bruno trocou o apagado Galeno por Gonçalo Borges e no primeiro toque na bola, o jovem extremo marcou. Na sequência de uma série de ressaltos, a bola foi ter com o internacional sub-21 luso que disparou de pronto, colocado, para o 1-1, aos 48.

Durou pouco o empate porque o Gil Vicente voltou a marcar, aos 53 minutos, na sequência de um canto. Após desvio ao primeiro poste, Josué antecipou-se a Namaso e atirou para o fundo das redes, ao segundo poste. Novamente o FC Porto a sofrer um golo de canto, algo que tinha acontecido na derrota na última ronda na Madeira.

Do banco Vitor Bruno tentou algo diferente, lançando Denis Gul, Rodrigo Mora e Tiago Djaló, nos postos de Namaso, Fábio Vieira e João Mário.

Com a equipa a perder, alguns adeptos do FC Porto resolveram atrapalhar a equipa, lançando tochas para o relvado. O jogo teve de ser interrompido porque a nuvem de fumo que se levantou roubou visibilidade aos jogadores.

No retomar da partida, com muita gente na frente, o FC Porto perdeu referências e passou a sentir ainda mais dificuldades para criar. E, para piorar tudo, Nico González foi expulso com vermelho direto aos 83 minutos. O médio cortou a bola mas atingiu com alguma violência o tornozelo de um adversário. Fábio Veríssimo mostrou-lhe amarelo, que era o segundo, e expulsou-o mas, alertado pelo VAR, reviu a jogada, retirou o amarelo e mostrou vermelho direto ao espanhol.

Um 2-2 transformado em... 3-1, tal como em Famalicão

Mesmo com menos um, o FC Porto marcou aos 89 minutos. Denis Gul desceu pela direita, meteu na zona central em Gonçalo Borges que recebeu, rodou e disparou, de fora da área, para um belo golo. No entanto, o golo foi anulado porque, no início da jogada,  na área portista, Otávio derrubou Santi, lance que Fábio Veríssimo não viu mas que o VAR descortinou.

Um lance muito semelhante ao que aconteceu em Famalicão, quando o FC Porto fez o 2-1 mas o golo foi anulado porque antes tinha havido penálti contra o adversário.

Na transformação, Félix Correia não tremeu e fez o 3-1 para os gilistas, aos 90+4.

No final do jogo, Samu foi expulso por contestar Fábio Veríssimo. Os adeptos portistas pediram a demissão de Vítor Bruno, de André Villas-Boas e deixaram fortes críticas aos jogadores.

É a terceira derrota seguida do FC Porto, a segunda consecutiva na I Liga. O ‘onze’ de Vítor Bruno, que só venceu um dos últimos cinco jogos fora, é terceiro, com 40 pontos, contra 41 do Benfica, segundo, e 44 do líder Sporting, enquanto o Gil Vicente, que pontuou pela sexta ronda seguida, subiu a nono, com 22.

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