O Nacional surpreendeu e venceu o FC Porto por 2-0 na 17.ª jornada, numa partida fraca e pouco demonstrativa do que tem sido a equipa portista na I Liga. Teodora e Zé Vítor foram os autores dos golos que impediram os dragões de ascenderem à liderança isolada do campeonato.

Depois de não ter conseguido garantir um lugar na Taça da Liga frente ao Sporting, o FC Porto tinha uma oportunidade de ouro para regressar às vitórias, mas encontrou um Nacional cheio de vontade de sair da zona de despromoção e assombrar os visitantes.

O início de jogo foi diferente do habitual e retomou aos 14m29s para a restante partida da 17.ª jornada. O jogo não recomeçou de uma forma muito distinta, uma vez que os madeirenses voltaram a ser perigosos e a tomar conta da bola.

Aos 17 minutos, o Nacional reiterava o bom começo frente aos dragões e chegava à vantagem. Depois de um belo desenho ofensivo dos alvinegros da esquerda para a direta, Dudu Teodora correspondeu de cabeça a um cruzamento de Gustavo Garcia.

Os madeirenses estavam na frente do marcador, nitidamente mais confortáveis em campo. A formação de Tiago Margarido optou por um bloco médio/alto com cinco elementos na linha defensiva, quatro médios e Isaac Tomich a pressionar o portador da bola. Esse trabalho da equipa da casa incomodava o FC Porto, que não conseguia chegar ao último terço.

O Nacional tinha mais posse e mais qualidade na circulação da bola, convidando os dragões a subir no terreno de forma a desorganizarem a linha defensiva para uma possível saída em contra ataque. Até aos 30 minutos, os azuis e brancos não faziam tremer o bloco defensivo adversário, mesmo depois de várias tentativas de variação para o corredor direito.

Aos 32 minutos, outra vez, o Nacional deu trabalho a Diogo Costa, depois de Gustavo Garcia ter colocado a bola na grande área para Isaac, que não conseguiu dominar para rematar nas melhores condições.

Os madeirenses continuavam a dominar a partida e Vítor Bruno já fazia contas à vida. Martim Fernandes (lesionado) e Pepê deram lugar a João Mário e Namaso, que entraram em campo mesmo antes do pontapé de canto a favor do Nacional. Talvez não tenha sido a melhor opção, já que o Zé Vítor subiu nas alturas e cabeceou para o fundo das redes para o 2-0.

Até ao apito para o fim do primeiro tempo, nada mudou e o FC Porto manteve-se sem ideias. No total, foram seis remates do Nacional contra zero dos portistas.

Para a segunda parte, Gonçalo Borges e Fábio Vieira substituíram André Franco e Vasco Sousa. Vítor Bruno terá pedido uma postura mais incisiva e o plantel correspondeu. O Nacional foi concedendo mais bola, possivelmente a querer resguardar o resultado com um bloco defensivo mais compacto, não arriscando com saídas em contra-ataque.

Aos 52 minutos, o crescimento do FC Porto verificava-se com o primeiro remate à baliza, para a primeira aparição de Lucas França no jogo. Pelo lado esquerdo, Namaso passou por um adversário, entrou na grande área e rematou para uma defesa apertada.

Ao fim de quatro minutos, Samu arrancou bem em profundidade, mas vacilou na hora do remate e permitiu uma defesa fácil do guardião do Nacional. Ainda assim, o FC Porto crescia ofensivamente, mas também defensivamente e ganhava esperanças de uma possível reviravolta.

Vítor Bruno voltou a mexer aos 61 minutos e fez entrar Deniz Gul para o posto de Rodrigo Mora, um dos mais apagados na equipa portista.

O Nacional estava estrategicamente mais recuado e recatado e só se preocupou em fazer a gestão da partida. Qualquer minuto era essencial e os jogadores da equipa da casa queimavam tempo, tentando paragens sucessivas para desagrado dos visitantes. Só ao fim de 35 minutos é que os madeirenses voltaram a rematar à baliza de Diogo Costa.

O segundo tempo permanecia de sentido único, ainda que não tivesse surgido o golo azul e branco. Aos 80 minutos, Samu cheirou o golo, depois de uma excelente oportunidade de fazer a diferença, mas cabeceou por cima da trave.

Tiago Margarido ia refrescando a partida, principalmente devido ao desgaste da equipa com as consecutivas investidas portistas. Teodora, Isaac e Bruno Costa saíram para os lugares de João Aurélio, Dyego Sousa e Daniel Penha, respetivamente.

O fim do jogo aproximava-se e o Nacional foi-se aguentando na gestão da partida. O FC Porto ameaçou, mas não foi capaz de alterar o marcador.

Depois de vencer as últimas três jornadas da I Liga, o FC Porto voltou a ceder pontos e perdeu a oportunidade de ultrapassar o Sporting na liderança da tabela. Em sentido inverso, o Nacional regressou aos triunfos ao fim de três rondas, conquistando três pontos fulcrais. Assim, os alvinegros saíram da zona de despromoção.