Foi um clássico intenso, nem sempre bem jogado, por vezes quezilento, mas que cavou um fosso ainda maior entre duas equipas que vivem momentos díspares: por um lado, um FC Porto 100 por cento vitorioso no campeonato e que dá mostras de grande maturidade; por outro, um Sporting a acusar a ausência de mais uma referência no meio-campo (Palhinha já tinha saído para o Fulham, Matheus Nunes rumou esta semana ao Wolverhampton) e que está agora a cinco pontos da liderança.

Perder por 3-0 no Dragão acaba por ser um castigo demasiado pesado, até porque os leões entraram bem no jogo, com uma bola enviada ao ferro por Morita (lançado no onze para o lugar de Matheus Nunes) e podiam ter empatado em cima do intervalo se não tivessem esbarrado em Diogo Costa. O jovem guardião portista foi uma das figuras do clássico, mantendo o Sporting a zero, por oposição a Adán, que teve uma noite para esquecer.

Mesmo sem deslumbrar, o FC Porto foi crescendo ao impedir o Sporting de construir - e aqui a estratégia de Sérgio Conceição provou ser bem melhor do que a de Rúben Amorim -, até que uma desconcentração permitiu à equipa da casa chegar à vantagem: João Mário cruzou para a área do Sporting, Taremi tentou chegar à bola e acabou por chocar com Adán (sem falta do iraniano), com a bola a sobrar para Evanilson, que só teve de encostar.

Também no duelo das substituições Conceição saiu vencedor. Às entradas de Nuno Santos e Rochinha, o técnico portista respondeu com Eustáquio e Galeno, com este a revelar-se novamente decisivo. O extremo brasileiro foi um autêntico pesadelo para os defesas do Sporting, levando Porro a travar um cabeceamento seu com as mãos e, depois, obrigando Adán a derrubá-lo após uma saída disparatada. Dois penáltis favoráveis ao FC Porto, o último cobrado pelo próprio Galeno, que sentenciaram um triunfo incontestável na casa do dragão.

O momento

Porro é expulso e Uribe faz o 2-0: Na segunda parte, o FC Porto baixou as linhas e entregou a iniciativa ao Sporting, que parecia algo desconfortável neste papel. Em transição, a equipa azul e branca acabou por fazer estragos. Galeno aproveitou um ressalto após defesa de Adán para cabecear para a baliza sem guarda-redes e Porro defendeu com a mão, sendo expulso com vermelho direto e permitindo que Uribe fizesse 2-0, o que arrumou praticamente com o jogo.

Os melhores

Diogo Costa: Começou por ter pouco trabalho, mas acabou por ser uma das figuras do clássico. No final da primeira parte, o jovem guardião esticou-se para defender um remate de Trincão que levava selo de golo; logo a seguir, parou o cabeceamento de Gonçalo Inácio e ainda conseguiu reagir a tempo de impedir a recarga de Coates. Já no fim, voltou a brilhar com mais uma defesa de grande nível, quando Fatawu lhe tentou passar a bola por entre as pernas.

Galeno: Depois da boa entrada em Vizela, o extremo continua a mostrar serviço a partir do banco. Foi lançado na segunda parte para o lugar de Taremi e soube tirar partido da noite desinspirada de Porro e Adán para conseguir dois castigos máximos, tendo transformado o segundo no 3-0. Para quando a titularidade?

Os piores

Adán: Exibição atípica do guarda-redes espanhol, a mostrar alguma intranquilidade nas saídas, que o deixam ligado aos três golos do FC Porto.

Porro: Não conseguiu ser tão influente no ataque - os cruzamentos não lhe saíram bem - e deixou o Sporting reduzido a dez por defender com a mão um cabeceamento com selo de golo de Galeno.

Reações

Pepê elogia capacidade técnica do treinador. Conceição diz que "falta muito campeonato"

Coates afirma que Sporting tem de "mudar alguma coisa". Amorim atribui "mérito ao FC Porto"

Veja o resumo do clássico