Um estudo do Observatório do Futebol da Universidade Europeia concluiu que, embora favorável a curto prazo, o despedimento de treinadores perde efeito após nove jogos e não melhora rendimento das equipas.
O estudo "As chicotadas psicológicas na Liga NOS" analisou todos os jogos de todos os clubes onde se verificou uma mudança de treinador durante as épocas desportivas de 2016-2017, 2017-2018 e 2018-2019 (esta última até à 18ª jornada), analisando a média a curto prazo (três jogos) e a longo prazo (nove jogos) dos pontos, golos marcados e sofridos, o número de remates, e a percentagem de posse de bola, nos jogos antes do despedimento do treinador e após mudança de técnico.
Até à 18ª jornada da presente época foram despedidos oito treinadores: Rui Vitória (Benfica), José Peseiro (Sporting), Jorge Simão (Boavista), Lito Vidigal (Vitória de Setúbal), Cláudio Braga (Marítimo), José Mota (Desportivo das Aves), Nuno Manta Santos (Feirense) e Daniel Ramos (Desportivo de Chaves).
No estudo do Observatório de Futebol da Universidade Europeia conclui-se que, até ao início da 2.ª volta, Benfica (Bruno Lage), Boavista (Lito Vidigal), Desportivo das Aves (Augusto Inácio) e Desportivo de Chaves (Tiago Fernandes) melhoraram o rendimento e conquistaram mais pontos por jogo após o despedimento do treinador. No caso do Benfica e do Boavista, os dois clubes conseguiram mesmo duplicar o número de golos marcados com a chegada de novos técnicos.
Por outro lado, Sporting (Marcel Keizer), Setúbal (Sandro Mendes) e Feirense (Filipe Martins) pioraram com o despedimento do treinador, ou seja, a média de pontos por jogo desceu com a 'chicotada psicológica'.
Uma outra conclusão apresentada neste estudo é a de que a substituição do treinador, por norma, não melhora o rendimento da equipa.
Os números deste estudo indicam que três jogos depois do despedimento, o novo treinador consegue fazer quase o dobro dos pontos por jogo (1,3 quando comparado com os 0,7 dos seus antecessores em três jogos antes do despedimento). No entanto, nove jogos depois, o efeito positivo dessa 'chicotada psicológica' tem tendência para começar a desaparecer.
Relativamente ao rendimento das equipas, outra das variáveis analisadas, o estudo demonstra que a alteração mais relevante surge a curto prazo com a diminuição do número médio de golos sofridos. Em relação aos remates à baliza e à posse de bola, conclui-se que não existem diferenças após a mudança da equipa técnica, nem a curto nem a longo prazo.
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