“Alguns dos nossos jogadores estão a receber mensagens muito graves. Mensagens essas que já foram expostas [às autoridades competentes], pois o Estoril não vai permitir mais ataques aos seus jogadores. Vamos tomar ações legais contra qualquer um que ataque os nossos jogadores, venha de onde vier esse ataque. Ao futebol português, deixo uma exigência: este episódio não pode voltar a acontecer. Precisamos todos de ser muito mais contundentes perante estes atos e não deixar dúvidas sobre quem é o agressor e quem é o agredido“, declarou o presidente da SAD do Estoril, Ignacio Beristain.
O responsável máximo pela administração estorilista apresentou-se em conferência de imprensa acompanhado por todo o plantel e staff e levantou questões que considera pertinentes para uma análise à decisão tomada pelo árbitro Nuno Almeida em continuar o jogo após uma invasão de campo que envolveu confrontos entre adeptos do Desportivo de Chaves e jogadores do Estoril Praia na parte final da partida.
“O que teria acontecido se algum desses energúmenos que saltou para o relvado levasse uma faca? E pergunto: e se tivessem sido mais os jogadores do Estoril a serem agredidos? Teriam de defender-se, em legítima defesa, e teriam sido expulsos, com o Estoril a ficar sem jogadores suficientes para terminar o jogo? O Estoril, então, teria perdido o jogo? E o que teria acontecido se tivessem sido agredidos o árbitro, o delegado da Liga? Deveria ter-se continuado o jogo?”, questionou.
Em Chaves, uma invasão de campo quando decorria o período de descontos resultou em desacatos e agressões entre adeptos flavienses e jogadores do Estoril Praia, com o guarda-redes Marcelo Carné e o defesa Pedro Álvaro a serem expulsos com cartão vermelho direto.
Após uma paragem de cerca de 20 minutos, o jogo foi retomado, com a equipa da casa a chegar ao 2-2 com um golo aos 90+20 minutos, quando o avançado João Carlos defendia a baliza do Estoril Praia, devido à expulsão do guarda-redes e numa altura em que o emblema ‘canarinho’ já tinha esgotado as substituições.
Perante esta situação, o presidente da SAD do Estoril Praia apresentou a sua incredulidade perante a decisão do árbitro Nuno Almeida em reatar a partida, relatando que a posição dos ‘canarinhos’ em terminar o encontro de imediato foi colocada ao juiz, porém sem anuência deste.
“Não havia condições para continuar o jogo. As pessoas mais importantes do nosso staff, o mister [Vasco Seabra] e o delegado da nossa equipa transmitiram-no ao árbitro, que não havia condições, estes jogaram estavam em risco ao meterem-se no relvado. Isso foi manifestado, a nossa posição foi manifestada ao árbitro da partida. Evidentemente, ele não fez caso ao que os responsáveis do Estoril manifestaram nesse momento”, afirmou Beristain.
Ignacio Beristain anunciou ainda que, além do pedido de impugnação ao jogo pela 30.ª da I Liga, o emblema da Linha de Cascais irá recorrer das expulsões de Marcelo Carné e Pedro Álvaro, solicitando a despenalização dos dois jogadores.
“Não houve qualquer provocação. Além de termos perdido pontos em Chaves, também podemos perder jogadores importantes para o que resta do campeonato. Já planeámos a nossa defesa, pois consideramos que os nossos jogadores, nesse momento de confusão e de pânico, reagiram como reagiram só em legítima defesa”, defendeu o líder da SAD.
O dirigente exigiu medidas “contundentes” e uma tomada de posição das entidades responsáveis pelo futebol português, em especial o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença.
“Pedro Proença e o futebol português têm de decidir que posição têm sobre estes episódios e quando e como assumem a sua decisão. Não é só um problema do Estoril, é um episódio muito grave para o futebol português“, concluiu.
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