De acordo com a revista Sábado, Éder é suspeito de fraude fiscal no processo Fora de Jogo, que investiga suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, nomeadamente no que diz respeito a negócios simulados entre clubes de futebol e terceiros.
Segundo a referida fonte, o Ministério Público e a Autoridade Tributária acham que o herói do Euro2016 "recorreu a uma esquema de contratos fraudulentos" entre 2011 e 2012 para fugir aos impostos depois de contratado pelo Sporting de Braga.
As autoridades consideram que Éder elaborou um esquema de fuga ao IRS e Segurança Social em conjunto com o seu empresário e o próprio Sporting de Braga, que foi alvo de buscas no processo Fora de Jogo na semana passada.
O Ministério Público acredita que, em maio de 2012, quando representava a Académica de Coimbra, Éder e o seu empresário assinaram um contrato com o Sporting de Braga no qual cediam aos arsenalistas 50% dos direitos económicos do internacional português, apesar de tal "não corresponder à verdade, constituindo, por isso, um negócio simulado".
Ainda de acordo com o documento citado pela revista Sábado, esse negócio "visou o pagamento de valores que seriam exigidos pelo profissional de futebol a título de prémio de assinatura e, assim, de rendimento de trabalho dependente" para que Éder conseguisse "desonerar-se de parte das contribuições para a Segurança Social e retenções na fonte".
Recorde-se que, na semana passada, o Ministério Público (MP) realizou "cerca de duas dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias", por suspeitas de negócios simulados entre clubes de futebol e terceiros, incluindo nas instalações do Sporting de Braga.
"Em causa estão suspeitas de negócios simulados, celebrados entre clubes de futebol e terceiros, que tiveram em vista a ocultação de rendimentos do trabalho dependente, sujeitos a declaração e a retenção na fonte, em sede de IRS, envolvendo jogadores de futebol profissional. Os valores envolvidos rondarão os 15 milhões de euros", detalhou o DCIAP, na altura.
De frisar também que, no âmbito da investigação denominada "Operação Fora de Jogo" já foram constituídos 129 arguidos, entre os quais jogadores de futebol, agentes, advogados e dirigentes.
Em março de 2020 foram feitas buscas nas SAD's de Benfica, FC Porto, Sporting, Braga, Vitória de Guimarães, Marítimo e Portimonense.
Nessa altura, a residência do portuense Jorge Mendes, empresário e agente FIFA, e a sede da sua empresa Gestifute, em Lisboa, foram igualmente alvo de busca, assim como vários escritórios de advogados, incluindo o de Carlos Osório de Castro, advogado da Gestifute.
Além disso foram ainda realizadas buscas nas residências de Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira, Frederico Varandas (é visado mas por negócios não realizados pela sua gestão), António Salvador (presidente do Braga), mas também nas residências de jogadores como Casillas, Jackson Martinez, Maxi Pereira, Danilo Pereira.
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