O advogado Mustafá, líder da claque Juventude Leonina, considerou esta segunda-feira “ser difícil defender alguém que não é acusado de nada”, lembrando que o seu constituinte “é o único que não esteve em Alcochete e não tem qualquer conversa no Whatsapp”.
Segundo Filipe Coelho, nas alegações finais do debate instrutório, que decorreram no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, "no dia das buscas à casinha [sede da claque Juve Leo], Mustafá estava a mais de 30 quilómetros do local”, mas, ainda assim, “é-lhe imputada a responsabilidade dos 15 gramas que estavam no quarto, existente no espaço, que é ocupado por Jorge Correia (Jojó)”.
"Olho para o processo e não encontro nada contra o Mustafá. Ele não esteve em Alcochete naquele dia e não participou nos grupos de WhatsApp", atirou o advogado, criticando as alegações do Ministério Público que associaram o seu cliente a "neo nazi, fascita e nacionalista".
"Mustafá é filho de uma mãe branca e de um pai não tão branco", afirmou o advogado.
O causidico lamentou também a “falta de coragem da procuradora Cândida Vilar” em marcar presença na sessão de hoje - a magistrada encontra-se a gozar um período de férias -, “depois de nas alegações na última sessão ter dito barbaridades ao longo de cinco horas” e pediu ao juiz Carlos Delca que “não pronuncie o arguido por nenhum dos crimes de que está acusado”.
Filipe Coelho disse ainda não perceber “porque é que a medida de coação de Mustafá foi revertida” e pediu “a sua restituição à liberdade”.
Mustafá entregou-se em 17 de maio no posto da GNR da Charneca de Caparica, depois de ter sido ordenada a sua prisão preventiva, no âmbito do processo do ataque à Academia do Sporting.
Na sequência da invasão à academia, em 15 de maio de 2018, Mustafá ficou sujeito a apresentações diárias às autoridades e pagamento de uma caução de 70.000 euros, em novembro de 2018, mas o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) ordenou a prisão preventiva, após recurso do Ministério Público.
A alteração da medida de coação foi justificada com o facto de Mustafá estar acusado neste processo de tráfico de droga, ter antecedentes criminais e estar a ser julgado no processo de assaltos violentos a casas, que envolve o ex-inspetor da PJ Paulo Pereira Cristóvão por crimes de associação criminosa, roubo ou sequestro.
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