Os futebolistas dos clubes da I Liga de futebol vão assumir coletivamente o código de conduta do parecer técnico da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o reinício da competição devido à pandemia de COVID-19, anunciou hoje o sindicato.

Em comunicado, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) deu conta da realização de uma reunião para esclarecer os agentes desportivos, na segunda-feira, convocada pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, com a presença de Adalberto Campos Fernandes, um dos especialistas da comissão de emergência criada face à pandemia de COVID-19.

“Considerando a intervenção esclarecedora do doutor Adalberto Campos Fernandes” e “as dúvidas colocadas por vários jogadores”, o SJPF promoveu um encontro informal entre o antigo ministro da Saúde e os capitães dos 18 clubes primodivisionários.

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Segundo o SJPF, “a reunião permitiu contextualizar o protocolo, a racionalidade das medidas e os comportamentos que se impõem nesta fase aos jogadores”.

No domingo, a FPF e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) revelaram o parecer técnico da DGS para o regresso do futebol, que, no primeiro ponto, refere que "a FPF, a LPFP, os clubes participantes na I Liga e os atletas assumem, em todas as fases das competições e treinos, o risco existente de infeção por SARS-CoV-2 e de COVID-19, bem como a responsabilidade de todas as eventuais consequências clínicas da doença e do risco para a Saúde Pública".

Depois da divulgação deste parecer, pelo menos três jogadores do FC Porto e um do Sporting manifestaram desagrado com o teor nas redes sociais.

“Face às dúvidas que resultaram, em especial, do ponto um do protocolo sobre as condições de regresso, comunicado pela FPF, os jogadores foram esclarecidos de que o pretendido pelas autoridades de saúde é o seu consentimento informado, isto é, uma declaração de que todos tomaram conhecimento das regras decorrentes do protocolo e assumirão o comportamento adequado ao seu cumprimento”, explicou o SJPF.

Nesse sentido, a estrutura sindical assegurou que “ficou também esclarecido que, em vez de declarações individuais, será emitida uma declaração coletiva deste compromisso, através do SJPF, na qualidade de entidade representativa”.

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“Em conclusão, ao contrário do que foi sendo especulado, a emissão desta declaração é um mero consentimento informado e não determina a renúncia ou perda de qualquer direito”, sublinhou o sindicato liderado por Joaquim Evangelista.

O SJPF expressou no comunicado um agradecimento a Adalberto Campos Fernandes, reafirmando “o compromisso de contribuir para que os jogadores tenham a tranquilidade e garantias necessárias para levar a cabo a retoma desejada, minimizando ao máximo os riscos existentes e contribuindo para que possam ser tomadas decisões de forma consciente e informada”.

“Finalmente, o sindicato destaca o sentido de responsabilidade e compromisso que os jogadores têm assumido face a esta pandemia e continuarão a assumir no período de retoma das competições”, concluiu.

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Com o fim do estado de emergência no dia 03 de maio, o Governo autorizou o regresso dos jogos à porta fechada da principal competição de futebol, no fim de semana de 30 e 31 de maio, numa decisão que, no entanto, está dependente de aprovação da DGS.

Recentemente, foram confirmados os primeiros casos de infeção pelo novo coronavírus entre jogadores da I Liga, nos plantéis de Famalicão, Vitória de Guimarães, Moreirense e Benfica.

Faltam disputar 90 jogos do principal escalão, que é liderado pelo FC Porto, com um ponto de vantagem sobre o campeão Benfica, assim como a final da Taça de Portugal, que vai opor 'encarnados' a 'azuis e brancos'.