O diretor-executivo da SAD do Benfica, Domingos Soares Oliveira, disse esta quarta-feira que as contas tiveram um impacto negativo superior a 12 milhões de euros devido à pandemia de covid-19, que parou a I Liga de futebol durante três meses.
Em entrevista à BTV, o CEO da SAD 'encarnada' referiu que a pandemia teve "dois impactos", um desportivo, que não é possível de medir, porque não se sabe como a equipa de futebol, que terminou o campeonato na segunda posição, teria concluído a prova sem interrupção e com público nas bancadas.
"Relativamente à componente muito mais económico-financeira, temos basicamente impacto em todas as vertentes – menos bilhética, como eu disse, porque não fizemos jogos com bilhética. Apontamos, nestas contas, para que o impacto total da covid-19 no exercício 2019/20 seja ligeiramente superior a 12 milhões de euros. Sem covid-19, teríamos tido receitas provavelmente – só da SAD – a ultrapassar os 300 milhões de euros", afirmou.
O resultado líquido da Benfica SAD ascendeu a 41,7 milhões de euros no exercício de 2019/20, uma subida homóloga de 48,7%, no melhor ano de rendimentos de sempre, marcado pela venda ‘milionária’ de João Félix, revelaram hoje os ‘encarnados’.
"A informação é positiva ao nível dos principais indicadores, ainda que seja um exercício que foi muito afetado pelo tema covid-19 (...). O resultado da Sociedade é próximo dos 42 milhões de euros, o segundo melhor de sempre da Benfica SAD. O segundo aspeto importante a evidenciar é o crescimento das receitas com um valor próximo dos 294 milhões de euros, naturalmente também muito influenciado pela componente de vendas de atletas, em particular do João Félix. Estes são os dois indicadores mais positivos. Mas há um terceiro, que é a confirmação de uma tendência que já observamos há vários anos, que é uma redução do passivo e do endividamento", afirmou o responsável.
Questionado sobre se o Benfica está a cumprir os critérios do 'fair play' financeiro, Soares de Oliveira disse que, "normalmente, há um indicador crítico que é o total de custos salariais versus o total de receitas, e esse valor manteve-se perto dos 60 por cento".
"A UEFA impõe-nos que esteja abaixo dos 70 por cento, e no último exercício a percentagem era de 62 por cento", assegurou.
Sobre o investimento avultado na equipa de futebol para a temporada 2020/21, Soares de Oliveira disse que este é um bom momento para fazer alguns negócios.
"As pessoas questionam-se um bocadinho como é que o Benfica está a fazer um investimento diferente. O próprio presidente, com a sua cultura empreendedora, já afirmou que é nestes momentos que se tem de aproveitar para fazer determinados investimentos. Nós temos essa capacidade, o facto de termos lançado o empréstimo obrigacionista foi muito importante. A mensagem que tenho hoje para os benfiquistas é de confiança relativamente ao exercício de 2020/21", concluiu.
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