José Pereira não acredita em paz no futebol português. Em entrevista ao jornal 'O Jogo', o presidente da Associação Portuguesa de Treinadores de Futebol deixou duras críticas à forma como os dirigentes e alguns agentes desportivos ligados aos dois clubes que estão na disputa do título da Primeira Liga têm 'incendiado' o ambiente no futebol português.
"O primeiro e o segundo lugar do campeonato representam neste momento muitos milhões. Por isso não vai ser fácil as pessoas deixarem de pressionar, de fazer o seu jogo e montar a sua estratégia, no sentido de obter a qualificação que lhes serve. Na próxima época poderão ser dois clubes, mas agora é só um. A diferença é tão grande que as pessoas não olham a meios para atingir os fins", começou por dizer.
"Os clubes grandes arriscam tudo na estratégia de condicionamento das arbitragens. É uma estratégia antiga. Remédio para isto? Não sei! Nem com diálogo, nem com metralhadora", atirou.
Na mesma entrevista ao jornal 'O Jogo', José Pereira alertou para o papel negativo que as claques estão a ter no futebol português.
"O exagero que as claques estão a proporcionar no futebol torna isto uma atividade que começa a ser perigosa para os nossos jovens. Hoje gosta-se mais da desordem e das equipas do que se gosta de futebol. A crispação está a ter mais influência em mais adeptos do que o próprio futebol", alertou.
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