Sete clubes desportivos de Évora reclamaram hoje apoios financeiros da Câmara Municipal, alertando que está em causa a continuidade da sua atividade na época 2016/2017, mas o município informou estar "impedido legalmente" de atribuir ajudas.
Em comunicado enviado à agência Lusa, os sete clubes desportivos revelaram que estiveram reunidos, na quarta-feira, para "debater a falta de apoio, que se verifica há mais de uma década, por parte da Câmara de Évora".
"Estando em causa a continuidade da atividade já na época desportiva 2016/2017", o objetivo do grupo de trabalho criado é "a manutenção da atividade proporcionada à população em geral e aos milhares de jovens em particular", pode ler-se no documento.
O encontro, adiantaram os clubes no comunicado, juntou dirigentes do Lusitano Ginásio Clube, Juventude Sport Clube, Aminata Évora Clube de Natação, Clube de Ténis de Évora, Sport Lisboa e Évora, Évora Andebol Clube e Grupo Desportivo e Recreativo dos Canaviais.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), afirmou que "o município está legalmente impedido de dar apoios financeiros aos clubes", devido à sua "situação económica e financeira".
"A câmara está em desequilíbrio económico e financeiro e aderiu ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), que não permite que, nestas circunstâncias, sejam atribuídos subsídios financeiros", explicou o autarca.
No comunicado, os sete clubes congratularam-se com "a existência do novo complexo desportivo da cidade e a sua utilização pela população", mas consideraram que o equipamento "coloca em causa a equidade da distribuição dos dinheiros públicos destinados ao fomento da atividade desportiva no concelho".
"Neste contexto, vão solicitar uma reunião urgente com o presidente da Câmara Municipal de Évora", indicaram os clubes, realçando que o grupo de trabalho "está aberto aos restantes clubes e associações" do concelho.
Pinto de Sá insistiu que a inexistência de apoios financeiros "não é por uma questão de vontade" da gestão CDU, mas sim por "um problema que resultou da situação de desequilíbrio financeiro, que veio do mandato anterior".
"Fico um pouco surpreendido por ter aparecido um comunicado sem antes ter havido uma reunião, mas, se os clubes dizem que vão pedir uma reunião, fico a aguardar que a peçam", acrescentou o autarca.
Inaugurado no final de julho, o novo complexo desportivo, que integra uma pista de atletismo e um campo de râguebi, entre outras valências, é gerido pelo município, na sequência de um acordo com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
A Câmara de Évora estimou, na altura, que a gestão do novo equipamento desportivo origine despesas anuais entre 120 a 150 mil euros.
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