O empresário de futebol César Boaventura foi hoje condenado, pelo Tribunal de Matosinhos, a uma pena de prisão cumulativa de três anos e quatro meses, com execução suspensa, por três crimes de corrupção ativa no desporto, no processo de aliciamento a jogadores de futebol para perderem com o Benfica.
O empresário foi ainda condenado ao pagamento de 30 mil euros a favor de uma instituição de solidariedade social ou de promoção do desporto, e impedido de ter atividade profissional como agente de jogadores, de forma direta ou indireta, durante dois anos.
Boaventura acabou por ser absolvido do crime de corrupção ativa relativamente ao alegado aliciamento ao guarda-redes Romain Salin.
O veredito do caso foi hoje conhecido, no Tribunal de Matosinhos, sem a presença de César Boaventura, devido a doença. Carlos Melo Alves, advogado do empresário, garante que o seu cliente irá recorrer da decisão para o Tribunal da Relação do Porto.
César Boaventura estava acusado de quatro crimes de corrupção por, alegadamente, tentar aliciar jogadores o guarda-redes Cássio, o defesa-central Marcelo e o lateral-direito Lionn, do Rio Ave, bem como o guarda-redes Romain Salin, do Marítimo, nos dias anteriores a jogos com o Benfica na reta final da temporada, na qual os ‘encarnados’ discutiam o título com o Sporting, na época 2015/16.
O Tribunal de Matosinhos deu como provado os três crimes de corrupção ativa, relacionados com o aliciamento a Cássio, Lionn e Marcelo, na altura jogadores do Rio Ave. Cada um dos crimes valeu ao empresário de futebol uma pena de 1 ano e oito meses de prisão.
Cássio e Marcelo confirmaram a abordagem ilícita de César Boaventura, com o guarda-redes a revelar uma proposta de 60.000 euros e o central a alterar o depoimento de 2017, dizendo que assumiu a situação como uma brincadeira.
Com a sentença de hoje, César Boaventura fica também impedido de trabalhar a nível profissional como agente de jogadores durante dois anos. César Boaventura ainda enfrenta um outro processo por burla, branqueamento de capitais e outras acusações de cariz financeiro no âmbito da Operação Malapata, cuja sentença deverá ser revelada no dia 22 de fevereiro.
De recordar que o Benfica não era arguido neste processo, porque os magistrados entenderam que César Boaventura não estava mandatado pelo clube para corromper os atletas.
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