Os bracarenses registam duas vitórias consecutivas no campeonato, enquanto os vimaranenses vêm de uma derrota com o Vizela na última ronda (3-2) e têm apenas um triunfo nas últimas seis jornadas, mas, para o técnico, “num dérbi não há favoritos”, tendo mesmo lembrado a sua experiência em vários desses jogos, nacionais e internacionais.

“É 50/50 [por cento de hipóteses] em todos os dérbis do mundo, é um jogo especial, com uma carga emotiva diferente fora das quatro linhas, mas igual lá dentro no relvado. Nós vimos de duas vitórias moralizadoras, sabemos porque vencemos esses jogos, tivemos que trabalhar muito, ser humildes, ser equipa e sofrer quando foi preciso”, disse.

Sobre a superioridade recente dos bracarenses, Carlos Carvalhal notou que “o passado não ganha jogos, não interessa a história, mas o que vai acontecer amanhã [sábado]”, e disse esperar “um jogo difícil” em Guimarães, frisando a “vontade muito de grande” em ganhar.

Assumido adepto do Sporting de Braga, Carlos Carvalhal separou, contudo, essa condição da de treinador.

“Vou para os estádios como treinador e a minha função é tentar ganhar os jogos. Ao serviço do Braga, nunca o escondi, é especial, mas temos que ser profissionais e separar o lado mais emocional”, disse.

No espaço de um mês, o plantel ‘arsenalista’ ficou sem Raul Silva, Chiquinho, Piazon, Mario González e Galeno, além de Lucas Mineiro que, com uma lesão no joelho esquerdo, vai ficar de fora seis a oito semanas, e não entrou ninguém na reabertura do ‘mercado’, em janeiro.

Carlos Carvalhal admite o peso da juventude no plantel – “mais de 50 por cento de jogadores da formação, muitos deles abaixo de 20 anos” -, mas lembrou que “a aposta na prata da casa” e a “valorização de ativos” foram objetivos pedidos por António Salvador quando o contratou.

“Fico contente porque, no último ano e meio, o Braga já terá faturado 50 milhões de euros. Não me vou escudar neles [jovens] para o que quer que seja, nunca me queixei com os casos de covid-19, vamos jogo a jogo. É uma aposta do clube, não quero estar a falar do meu futuro, cumpre-me tratar do presente e preparar o futuro, mas sinceramente creio já ter alcançado os objetivos pedidos pelo presidente”, disse.

David Carmo, que regressou segunda-feira à competição, nos sub-23, quase um ano depois de uma lesão grave, foi inscrito na nova lista para a Liga Europa, mas Carlos Carvalhal entende que o defesa central ainda “não tem o ritmo competitivo” necessário para ser chamado à equipa principal.

“Jogou 73 minutos nos sub-23, o plano é aumentar para os 90 minutos, mas temos que esperar a sua resposta a isso. Não há nenhuma pressão extra, se demorar mais uma ou duas semanas não há problema”, frisou.

O treinador deixou ainda elogios a Galeno, que saiu para o FC Porto.

“Foi um jogador importante na nossa dinâmica, comprometido com a equipa, entende muito bem a organização defensiva, tem um sentido posicional fantástico no nosso sistema, e ofensivamente é desequilibrador, é rápido e tem golo. O FC Porto fez uma excelente aquisição”, disse.

Para Carlos Carvalhal, o substituto natural do extremo brasileiro é Francisco Moura, mas lembrou também os jovens Roger e Buta.

Sporting de Braga, quarto classificado, com 38 pontos, e Vitória de Guimarães, sexto, com 27, defrontam-se a partir das 20:30 de sábado, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, jogo que será arbitrado por Manuel Mota, da associação de Braga.