10 de fevereiro de 2019. O dia em que o Benfica marcou 10 golos ao Nacional aconteceu no aniversário de um dos melhores número 10 da história do clube e do futebol português. Um 'massacre' que começou aos 33 segundos e só parou ao minuto 90, após o 'bis' do atual 10 dos encarnados, regressado à competição após lesão. Bruno Lage sentiu que "os astros alinharam-se", mas este é também o resultado do encontro entre o melhor ataque e a pior defesa do campeonato.

Nenhuma equipa conseguia um resultado tão esmagador na Liga portuguesa desde o dia 2 de fevereiro de 1964, quando as águias aplicaram chapa 10 ao Seixal, numa tarde em que Eusébio fez seis golos. Desta vez, a goleada foi distribuída pela equipa - marcaram oito dos 13 jogadores de campo lançados por Bruno Lage -, prova cabal do que tem sido o futebol praticado pelo Benfica, que está agora apenas a um ponto da liderança e do FC Porto. E a homenagem a Fernando Chalana ganhou todo um novo significado...

Veja o resumo do Benfica-Nacional

O filme do jogo

Com Vlachodimos de regresso à baliza, Rafa no lugar de Salvio e Ferro em estreia a titular na equipa principal das 'águias', o resultado começou a desenhar-se logo aos 33 segundos por Grimaldo, após assistência de Seferovic, num prenúncio do que viria a ser aquele final de tarde. Com um flanco esquerdo particularmente inspirado, graças às combinações entre Grimaldo, Gabriel, Rafa e Seferovic, a formação de Bruno Lage teve o mérito de nunca ter parado de procurar o golo, mesmo quando a goleada já era uma realidade. À meia hora de jogo o marcador registava já 3-0, depois de dois golos de Seferovic, a marcar pelo sexto jogo consecutivo na prova.

Numa primeira parte de sentido único, a equipa de Costinha foi tentando estancar as investidas adversárias como pôde e, no ataque, o melhor que conseguiu foi já perto do intervalo: livre de Palocevic, a bola sobra para Júlio César, que cruza tenso para Witi, mas o moçambicano domina mal a bola e esta acaba por sair pela linha de fundo.

Poderia daí deduzir-se um esboço de reação, mas a segunda parte foi ainda mais cruel para a equipa madeirense. Aos 50' João Félix fez o 4-0, após livre cobrado por Pizzi em forma de canto curto. Pouco depois Nuno Almeida marcou grande penalidade para os ‘encarnados’, por falta de Kalindi sobre o médio português, que não falhou da marca dos 11 metros.

As 'águias' voltariam a marcar mais dois golos, desta feita pela dupla de centrais forjada no Seixal. Na sequência de um canto batido por Pizzi, Ferro (56’) ganhou nas alturas e cabeceou para golo, com Rúben Pizzi a fazer o 7-0 aos 64’, novamente assistido pelo número 8, de resto o melhor em campo.

Bruno Lage promoveu a estreia do médio Florentino Luís, aos 62 minutos, e depois deu descanso a João Félix e Seferovic nos últimos 20 minutos, consumando os regressos de Krovinovic e Jonas. O brasileiro, que ainda não havia jogado desde a saída de Rui Vitória, voltou igual a si próprio, contribuindo com dois golos para a histórica goleada. Pelo meio Rafa Silva também fez o gosto ao pé.

Os melhores

Pizzi: Três assistências e um golo, na conversão de uma grande penalidade sofrida pelo próprio, a coroar uma exibição de alto nível, sobretudo na segunda parte.

Seferovic: Assistiu Grimaldo de calcanhar para o primeiro golo, marcou os dois seguintes e ainda esteve perto de marcar naquela que foi a melhor jogada coletiva da equipa 'encarnada'.

Os piores

Nacional: Descalabro total da formação insular, a mostrar o porquê de ser a pior defesa do campeonato.

Reações

Bruno Lage: "Também já estive do outro lado. São dias maus, há que levantar a cabeça"

Costinha: "Fomos uma péssima equipa, é uma humilhação e o principal responsável sou eu"

Pizzi: "Foi um grande jogo da nossa parte, há que dar os parabéns a toda a equipa pelo excelente trabalho"

Vítor Gonçalves: "Só temos que pedir desculpa, porque foi uma vergonha aquilo que fizemos aqui hoje"