Portimonense voltou a terminar mais uma época irregular na metade de baixo da tabela da I Liga de futebol e espera agora redimir-se no play-off de manutenção frente ao terceiro classificado do segundo escalão.

Depois de em 2020 ter sido salvo da despromoção na ‘secretaria’, Paulo Sérgio, o treinador que, depois de Sérgio Conceição (FC Porto), há mais tempo orienta a mesma equipa na elite, resistiu a este cenário em anos consecutivos, com o 14.º lugar em 2020/21, com 35 pontos, o 13.º em 2021/22 (38) e o 15.º em 2022/23 (34).

Desta vez, a formação ‘alvinegra’ não escapou ao 16.º posto, que obriga a jogar o objetivo da temporada num play-off com o AVS a duas mãos, desfecho que castiga um desempenho com muitos erros defensivos, que contribuíram para o recorde de golos sofridos (72), ultrapassando os 60 de 2017/2018.

Apesar de, por exemplo, ter mantido os centrais (Pedrão, Alemão e Filipe Relvas) habitualmente titulares na época anterior, a equipa deu sinais de desequilíbrio a nível tático e também muita imaturidade, com várias derrotas em que sofreu golos de rajada no espaço de poucos minutos.

À imagem de anos anteriores, o Portimonense voltou a fazer uma primeira volta melhor do que a segunda fase do campeonato, apesar de ter sofrido duas goleadas nas duas primeiras rondas.

Dois empates seguidos e o primeiro triunfo, em Guimarães, à quinta jornada – a melhor sequência da época, repetida da 28.ª à 30.ª ronda –, abriram um ciclo de vitórias e derrotas intercaladas que levaram a formação de Portimão ao 10.º posto.

A equipa algarvia esteve longe das vitórias durante oito jogos, entre a 20.ª e a 27.ª jornada, baixando ao 16.º lugar, de onde já não saiu – apesar de ter estado perto, na última jornada –, o que também se explica pelo registo negativo caseiro em toda a segunda volta (quatro empates e cinco derrotas).

O médio brasileiro Carlinhos destacou-se como o melhor elemento dos algarvios na Liga, com 10 tentos e seis assistências, enquanto a revelação foi Hélio Varela, que alinhava antes na equipa de sub-23, com seis golos e três assistências.

O extremo cabo-verdiano foi a figura de um ataque renovado, mas sem ‘pólvora’ no eixo, em que o equatoriano Ronie Carrillo só marcou quatro golos e Tamble Monteiro, que chegou em janeiro com o estatuto de goleador da Liga 3, só cumpriu cinco jogos, devido a várias lesões, e assinou apenas um tento.