A nova edição da I Liga promove o regresso de três regiões carregadas de tradição no principal escalão do futebol português.

Embora com uma nova SAD, adquirida há cerca de um ano pelos antigos acionistas do Vilafranquense, o AVS - antigo Desportivo das Aves - chega à I Liga depois de bater o Portimonense no play-off.

Vila das Aves, e Santo Tirso, voltam a entrar na rota dos maiores holofotes do futebol português, e fá-lo na companhia de dois emblemas históricos, chegados diretamente das ilhas: da Madeira, o Nacional, dos Açores, o Santa Clara.

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AVS

Vítor Campelos é o sucessor de Jorge Costa no comando do emblema da Vila das Aves. O agora diretor de futebol do FC Porto já tinha anunciado a saída do comando técnico ainda antes da época começar e a direção do AVS encontrou no experiente técnico, um habitué na I Liga, a aposta para o futuro do clube na próxima temporada.

Depois de ter afastado o Portimonense no play-off, o AVS chega à I Liga com o claro objetivo. Vítor Campelo, cujo contrato foi assinado a 28 de junho e pelo período de uma época, deixou garantias de um futebol positivo e uma missão bem definida: "O objetivo é que, no final da época, haja três equipas abaixo do AVS na classificação".

O técnico de 49 anos chega ao AVS depois de três épocas ao serviço do Chaves (20/21, 21/22 e 22/23) e uma, a última, enquanto treinador do Gil Vicente, acabando por deixar o clube minhoto a meio da época, ao o fim de 33 jogos.

Até ao momento, o clube tirsense reforçou-se com nove jogadores durante o mercado de verão. Lucas Piazón (médio ofensivo), Giorgi Alburjania (médio centro), Cristian Devenish (defesa central), Baptiste Roux (defesa central), Kiki Afonso (defesa), Clayton (lateral esquerdo), Ignacio Rodríguez (defesa central), Edson Macuana (extremo que regressa após empréstimo) e Samuel Granada (avançados que regressam após empréstimo).

En sentido inverso, saíram 10 jogadores, um deles, Carlos Daniel, o único a título de empréstimo, cedido ao Trofense.

Nos sete jogos realizados na pré-época, o AVS somou quatro vitórias (4-1 diante do Sardinenses, 3-0 com a Oliveirense, 6-1 frente ao Arenteiro e 1-0 sobre o Racing de Ferrol, um empate com o Sporting Gijón (0-0) e uma derrota com o FC Porto B (2-1).

A pré-época ficou também marcada pela saída de Sereno da presidência da SAD. No seu histórico enquanto dirigente, o antigo jogador conduziu o AVS à subida ao principal escalão do futebol português. Antes disso, trabalhou entre 2019 e 2022 na presidência do Vilafranquense.

O sorteio ditou um encontro com o Nacional, também de regresso, logo na primeira jornada. Um partida que terá lugar no Estádio da Vila das Alves, casa que foi alvo de algumas intervenções de fundo ainda na época passada.

Nacional

De volta à I Liga, três anos depois, a equipa madeirense, campeã da II Liga na última temporada, operou uma verdadeira revolução no plantel com 15 contratações.

Rui Alves, empossado em junho para o 11.º mandato como líder do Nacional, cedo estabeleceu como meta conseguir a permanência o "mais rapidamente possível", apontando aos 40 pontos - pontuação que por norma é mais do que suficiente para qualquer equipa se manter na primeira divisão.

Com cinco presenças europeias na sua história, a equipa do arquipélago, orientada por Tiago Margarido - que já orientou Canelas e Varzim, na sua ainda curta carreira -, assume querer praticar um "futebol atrativo e virado para a frente".

Com a continuidade do guarda-redes Lucas França, a zona recuada é o setor mais estável, sendo que para a defesa apenas chegaram três jogadores, com destaque para Gustavo Garcia, oriundo do Palmeiras, e Afonso Freitas, ex-Vitória de Guimarães.

Para o meio-campo, os insulares depositam esperanças no jovem Matheus Dias, que vem por empréstimo do Internacional, do Brasil, depois de representar a seleção sub-23 'canarinha', assim como em Bruno Costa, que já passou pelo FC Porto.

No ataque, Adrián Butzke, proveniente do Vitória de Guimarães, e Nigel Thomas, emprestado pelo Viborg, da Dinamarca, são as caras mais conhecidas, tendo como objetivo fazer esquecer as saídas de Danilovic, Carlos Daniel, Gustavo Silva, Witi e Chuchu Ramirez, que juntos, na última época, fizeram 61 golos, em todas as competições.

Chegaram ainda o guarda-redes César Augusto (ex-Ceará, do Brasil), o defesa José Vítor (Tombense, do Brasil), os médios Miguel Baeza (Rio Ave), Djibril Soumaré (Sporting de Braga) e Daniel Penha (Atlético Mineiro, do Brasil), e os avançados Gabriel Santos (São Bernardo, do Brasil), Tiago Reis (Al Mesaimeer, do Qatar), Arvin Appiah (Almeria, de Espanha) e Isaac (Atlético Mineiro, do Brasil).

Após uma pré-temporada com quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, o calendário, que como já foi referido arranca em cada do AVS, prosseguirá exigente com jogos frente a Sporting, SC Braga e Benfica nas primeiras oito jornadas.

Santa Clara

Ao contrário do rival madeirense, a equipa açoriana chega à I Liga com um plantel quase intacto quando comparado com a última época. Depois de ter ficado em segundo lugar no segundo escalão, é de olhos postos na estabilidade que Vasco Matos - técnico que renovou até 2025 - acredita estar o segredo para a luta pela manutenção.

Para a temporada 2024/25, e depois de apenas um ano no segundo escalão, os insulares asseguraram as contratações de João Costa e Alysson, ambos provenientes do Alverca, Matheus Pereira, que chega do Vizela, Rodrigo Varanda (por empréstimo do América Mineiro, Brasil), Frederico Venâncio (ex-Eibar, Espanha), Jader (ex-Atlético Paranense, Brasil) e Neneca (empréstimo do Cascavel, Brasil).

Os açorianos mantiveram a base do plantel da temporada transata, assegurando a compra em definitivo dos passes de Vinicius, Klismahn e MT e as renovações do capitão Paulo Henrique e de Luís Rocha.

Ricardinho, Pedro Pacheco, Bruno Almeida e Lucas Soares, figuras do título da II Liga, também vão continuar a vestir as cores do Santa Clara.

Em sentido inverso, abandonaram o clube Sema Velásquez (para o Alverca), Marco (Sanjoanense), Yannick Semedo (Vizela), David Bruno (Alverca), Andrezinho (Alverca) e Ageu (Alverca).

Durante a pré-época, o Santa Clara só somou vitórias. Frente ao SC Braga B (4-1), Penafiel (1-3), Boavista (4-2), Rio Ave (2-1) e Benfica B (3-1).

Os açorianos estreiam-se no campeonato no domingo com uma deslocação ao terreno do Estoril, sendo que o primeiro grande teste acontece logo na segunda ronda com uma escaldante receção ao FC Porto.