Os vários grupos parlamentares consideraram hoje que o reconhecimento das edições do Campeonato de Portugal realizadas entre 1922 e 1938 é matéria, dada a sua especificidade, da competência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O tema foi levado a debate na sessão plenária na Assembleia da República sob a forma de uma petição liderada por Alexandre Silva Almeida, com 4.470 subscritores, que pretende ver reconhecidos como títulos as 17 edições do Campeonato de Portugal.
A petição, com o cunho do Sporting, pretende ver reconhecidos como títulos nacionais os triunfos dos ‘leões’ nas edições de 1922/23, 1933/34, 1935/36 e 1937/38 do Campeonato de Portugal, pelo que o clube de Alvalade passaria de 18 para 22.
João Almeida, do CDS, defendeu que esta matéria “está para além da competência do parlamento” e que tal pertence à FPF, que já constituiu uma comissão para fazer essa avaliação e dar uma resposta definitiva.
Para Diana Ferreira, do PCP, “esta é uma ação que não pode passar por cima da FPF”, que já em 2018 constituiu uma comissão de avaliação, no sentido de definir se a prova pertence ao Campeonato Nacional, à Taça de Portugal ou a nenhuma das duas competições.
Também Joel Sá, do PSD, defendeu que a Assembleia da República “não tem competência para se pronunciar sobre esta matéria”, no que diz respeito “à dúvida que paira sobre a natureza da prova”, mas que pretende ver “esclarecida o mais rapidamente pela FPF”.
António Cardoso, do PS, atribuiu igualmente à FPF “as diligências para esclarecer a dúvida e apurar a verdade dos factos” e perceber, através da comissão técnica, “se a prova pertence à Taça de Portugal, Campeonato de Portugal ou a nenhuma”.
O deputado socialista António Cardoso apelou ainda, “dada a complexidade da matéria”, que a decisão seja tomada “com rigor, para evitar polémicas”, e que a última palavra deva ser tomada em assembleia geral da FPF.
Para Luís Monteiro, do BE, a contabilização das edições do Campeonato de Portugal realizadas entre 1922 e 1938 é da responsabilidade da FPF, através da comissão que integra técnicos e académicos, por forma a “garantir a verdade histórica”.
Os vários intervenientes no debate reconheceram que apesar da matéria da petição apresentada não ser da competência da Assembleia da República é a este órgão que cabe o papel de acompanhar, através da respetiva comissão, o trabalho desenvolvido pela FPF sobre o tema.
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