O Sporting, que à quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol despediu o holandês Marcel Keizer, foi o único dos ‘três grandes’ a mudar de treinador na primeira volta de 2019/20, em meia época com 11 ‘chicotadas’.
Mesmo a fechar a primeira metade de campeonato, António Folha, precisamente um dos ‘veteranos’, foi a última vítima de uma temporada que mais do que dobrou o número de trocas de 2018/19 e 2017/18: nessas duas épocas, foram cinco as mudanças.
O antigo treinador da equipa B do FC Porto cumpria a segunda época no leme dos algarvios, contudo não resistiu à derrota de sábado no reduto do lanterna-vermelha Desportivo das Aves, por 3-0, e já não vencia desde novembro, conseguindo apenas quatro vitórias em 22 encontros, em todas as provas desta temporada.
Entre os ‘sobreviventes’, e com a saída de cena de António Folha, destaque para Sérgio Conceição, no FC Porto, a caminho da terceira época completa, bem como João Henriques, que segue o trabalho de consolidar o Santa Clara na I Liga.
O técnico dos ‘dragões’ é agora o homem que dá seguimento há mais tempo a um projeto desportivo na I Liga, com grande parte dos ‘resistentes’ até agora a terem assumido o emblema no início da época, com destaque para o treinador da 'sensação' Famalicão, João Pedro Sousa.
Deste lote, também fazem parte Carlos Carvalhal (Rio Ave), Ivo Vieira (Vitória de Guimarães), Vítor Oliveira (Gil Vicente) e o espanhol Natxo González (Tondela), além de Bruno Lage, que entrou a meio de 2018/19 para fazer do Benfica campeão nacional e segue na liderança da prova.
De resto, já 10 dos 18 clubes fizeram alterações no comando técnico da equipa, com o Belenenses SAD a ‘bisar’.
Por outro lado, o Marítimo é, a par do Sporting, um dos ‘repetentes’ de trocas durante as primeiras 17 jornadas, já que, em 2018/19, substituiu Cláudio Braga com Petit.
Depois de o holandês Marcel Keizer ter chegado ao clube por troca com José Peseiro, à oitava jornada da época transata, este ano foi ele a sair do clube, após uma temporada em que venceu Taça de Portugal e a Taça da Liga.
A derrota na Supertaça com o rival Benfica (5-0) e vários resultados insatisfatórios logo a abrir fizeram Frederico Varandas mexer, logo à quarta jornada, e colocar Leonel Pontes como interino.
Para ocupar o lugar de forma definitiva chegaria outro treinador despedido na quarta ronda: Silas chegou após deixar o Belenenses SAD, que ‘bisou’ ao contratar Pedro Ribeiro e despedi-lo à 16.ª jornada, fazendo chegar Petit.
Nos ‘leões’, Jorge Silas conseguiu 13 vitórias em 19 jogos, depois de cinco jogos sem ganhar no rival lisboeta, mas a instabilidade exibicional e derrotas caseiras com FC Porto (2-1) e Benfica (2-0) ficaram na memória dos adeptos ‘leoninos’.
Por esta altura em 2018/19, Nuno Manta Santos era, com a saída recente de Rui Vitória no Benfica, que viria a ser campeão com Bruno Lage, o treinador com mais jogos consecutivos na I Liga.
Esta época, o antigo técnico do Feirense já ‘bisou’ na lista: arrancou a época no Marítimo, de que foi despedido à 11.ª jornada depois vencer apenas dois de 11 jogos, mas logo a seguir assumiu o Desportivo das Aves.
No lanterna-vermelha do campeonato, conseguiu o que o antecessor, Augusto Inácio, não tinha conseguido: vencer por mais do que uma vez, conseguindo duas vitórias em seis jogos e relançando a equipa na luta pela manutenção.
Para os madeirenses, entrou José Gomes, que em sete jogos conseguiu duas vitórias, com uma série de cinco jogos sem perder no campeonato.
No final de dezembro, foi Ricardo Sá Pinto a ser afastado do Sporting de Braga, ele que chegou no início da temporada, deixando, então, os bracarenses no oitavo lugar, com 18 pontos, em igualdade com Boavista, nono, e Tondela, 10.º.
Rúben Amorim assumiu o cargo e desde então tem tido um arranque de 'sonho': a equipa está no quinto lugar, com 27 pontos, e conta por vitórias os três jogos que orientou, o último com o FC Porto no Estádio do Dragão (2-1), arrancando com uma goleada por 7-1 ao Belenenses SAD.
A rescisão de contrato de Ricardo Sá Pinto aconteceu seis dias depois de o Boavista ter prescindido de Lito Vidigal, que foi substituído por Daniel Ramos, e sete dias após a saída de Vítor Campelos do Moreirense, acabando Ricardo Soares por ocupar o seu lugar.
Antes de Vidigal e Campelos, já outros seis técnicos haviam deixado as suas formações, entre eles Sandro Mendes, no Vitória de Setúbal, também ele já substituído, primeiro por Meyong, de forma interina, e depois por Julio Velázquez, com a equipa a subir ao 12.º lugar, dois postos acima de onde Sandro a tinha deixado.
O primeiro técnico demitido foi Filó, que assumiu o projeto de regresso à I Liga do Paços de Ferreira, mas não conseguiu impor-se, entrando Pepa para o seu lugar, à quarta jornada, que também fez cair Silas e Keizer, com o antigo técnico do Tondela a retirar, para já, a equipa recém-promovida dos lugares de descida.
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